1º Ano Ensino Médio - Noturno - Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais (1500-1808).

TEMA: COLONIZAÇÃO PORTUGUESA; ECONOMIA AÇUCAREIRA 

FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS... 

Escravidão: A escravidão, também chamada de escravismo, escravagismo e escravatura é a prática social em que um ser humano adquire direitos de propriedade sobre outro denominado por escravizado, ao qual é imposta tal condição por meio da força.



ATIVIDADES
Problematizando: 
Algumas décadas atrás, quando se fazia referência à economia açucareira, estava sempre presente o tripé latifúndio, monocultura e escravidão como características fundamentais dessa cultura. Estudos recentes mostraram que, ainda que o tripé seja válido para as plantações de cana-de-açúcar, ele é insuficiente para explicar o funcionamento da economia canavieira como um todo. Por um lado, a cultura da cana-de-açúcar apresenta um setor agrícola, plantações, que é realmente fundado no latifúndio monocultor escravista. Por outro, apresenta um setor fabril — o engenho —, que pede uma caracterização mais ampla. Por isso, passou-se a utilizar o termo plantation, para designar um latifúndio monocultor em que há o beneficiamento fabril do produto, isto é, no nosso caso, a transformação da cana em açúcar. O engenho foi, na época da economia açucareira da América Portuguesa, um sofisticado artefato mecânico. Nele, ocorria todo o processo de transformação da cana em açúcar, sendo a mão de obra composta por homens livres e assalariados, como os mestres de açúcar, e pelos escravos, além de uma gama de trabalhadores responsáveis pelas inúmeras tarefas que a produção e a preparação para a exportação exigiam. Por tudo isso, o termo Plantation é mais adequado, pois explicita essa importante face fabril da economia açucareira.

A MONTAGEM DA ÁREA DE PRODUÇÃO AÇUCAREIRA 

O açúcar foi o produto escolhido para iniciar, em 1534, a colonização sistemática do Brasil, uma vez que tinha mercado garantido na Europa e possibilidade de gerar altos lucros para a metrópole portuguesa. Além disso, havia o especial interesse de os flamengos investirem na nova área de produção, um tipo de solo altamente favorável à cultura canavieira em Pernambuco, e o recurso possível ao trabalho compulsório, inicialmente os indígenas e, posteriormente, os africanos. E, principalmente, os portugueses já tinham experiência com o produto, uma vez que o cultivavam nas ilhas africanas das costas do Atlântico. Em 1498, comerciantes genoveses e portugueses vendiam açúcar da Ilha da Madeira até Constantinopla e, nos séculos XV e XVI, quase todas as Ilhas africanas do Atlântico exportavam açúcar para o mercado europeu. Sendo assim, a extensão do cultivo do açúcar para o Brasil era mais do que natural. 

O ENGENHO COLONIAL 

A grande propriedade de produção açucareira acabou assimilando a denominação de engenho, que era apenas um dos seus elementos. A propriedade englobava as terras de plantação de cana-de-açúcar, o setor agrícola da plantation, e o engenho propriamente dito, o setor fabril da plantation, responsável pela transformação da cana em açúcar. O termo plantation substitui a tradicional denominação do tripé da agricultura de exportação: latifúndio, monocultura e escravidão. O que diferencia a plantation de outras culturas agrícolas é a existência, nela, de um setor fabril para o beneficiamento do produto agrícola cultivado. 
Nem todos os proprietários de engenho, principalmente os donos de engenhos reais, movidos a água, plantavam cana-de-açúcar. Preferiam beneficiar a cana de arrendatários e lavradores livres, lucrando no beneficiamento, ou seja, com a renda industrial, em geral metade do açúcar levado para ser beneficiado em seu engenho. Já os lavradores e arrendatários lucravam muito menos do que o senhor de engenho com a renda da terra, ou seja, a quantidade de cana produzida. Além dos engenhos reais, havia também os trapiches, engenhos menores movidos a força animal; e as engenhocas, essas últimas geralmente dedicadas à produção de rapadura e aguardente. 

AGORA RESPONDA: 

1 — Apresente as razões pelas quais o açúcar foi escolhido como produto responsável pelo início da colonização sistemática da América Portuguesa. 

2 — Explique a razão pela qual os proprietários de engenhos reais lucravam muito mais do que arrendatários e lavradores livres. 

3 — Quais eram os mecanismos que compunham um Engenho de produção?

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