2º Ano - Ensino Médio - Noturno - Geografia - Os Cenários da Globalização e Fragmentação.

TEMA: INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA DURAÇÃO: 

INÍCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 
Com um século de atraso da consolidação da sua industrialização, o Brasil é considerado um país emergente, de industrialização tardia. Enquanto a Europa passava pela revolução industrial a partir do século XVIII, a industrialização brasileira iniciou-se por volta do final do século XIX. O início da industrialização do Brasil acontece por conta das mudanças da estrutura econômica não somente nacional, mas de todo o globo terrestre, em conjunto com o contexto político e social do país. A mudança responsável para o início deste processo foi a “abolição” da escravidão e início do trabalho remunerado.
Com o início do trabalho remunerado, a população brasileira passou a consumir muito mais produtos do que antes. Não somente produtos característicos da cultura brasileira, mas também aqueles difundidos no território nacional pelos imigrantes. 
A partir do aumento gradual do consumo por parte da população brasileira e com o marco político da proclamação da república, o processo de industrialização brasileira começou a dar pequenos passos a cada período histórico. Podemos dividir estes períodos em quatro fases para melhorar o entendimento. É sempre importante ressaltar que estas mudanças ocorreram de forma gradual, e não em anos específicos. Deste modo, as datas são somente para uma contextualização não precisa. PRIMEIRA 

FASE DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO PAÍS 
A primeira fase é caracterizada por uma época onde o país ainda era uma colônia europeia. Deste modo, Portugal, que comandava o Brasil na época, não permitia que indústrias se instalassem no país. Esta fase é então caracterizada pelo período de 1500 a 1808 e é marcada pela produção artesanal e utilização de engenhos.

SEGUNDA FASE DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 
A segunda fase foi ocasionada pela chegada da família real ao Brasil, em 1808, que permitiu a implantação das primeiras indústrias no país entre o período de 1808 a 1930, voltadas para o ramo alimentício e outros produtos os quais não necessitavam de tanta tecnologia. Esse período foi marcado pela chegada das indústrias com tributo de taxas que chegaram até 60% para as mercadorias importadas. Esse período, que chamamos aqui de segunda fase é o período onde o poder do café entra em declínio. Com o declínio do café, muito fazendeiros largaram as atividades agrícolas e passaram a investir os recursos acumulados nas atividades industriais, que estavam cada vez mais em alta. 
A segunda fase da "luta pela industrialização" situa-se também no período da Primeira Guerra Mundial, quando as potências capitalistas, momentaneamente, sustaram o fornecimento de manufaturas, deixando um espaço vazio que deu origem ao processo de "substituição das importações”, devido a necessidade de produzir o que antes era importado. 

TERCEIRA FASE DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 
Após a segunda fase, chegamos ao período onde temos a construção de novos modos de transporte de mercadorias, como por exemplo a construção de ferrovias ao longo de todo território brasileiro. Os investimentos para a construção destas novas vias de circulação vieram em boa parte dos antigos cafeicultores que agora consolidavam suas indústrias no país. 
Neste período, grandes companhias como a Siderúrgica Nacional (1947) e a PETROBRAS (1953) foram criadas, estimulando a mineração. Isso porque havia uma grande demanda de metais que abasteciam as indústrias e a extração de petróleo, que se tornaria uma importante matéria prima para produção de plástico e combustíveis. Essas mudanças ocorreram aproximadamente entre os anos de 1930 e 1955, durante o governo Vargas. 

QUARTA FASE DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 
Por fim, a quarta fase, que se estende até a atualidade, é o período que se inicia no mandato do presidente Juscelino Kubitschek, responsável por iniciar o processo de abertura econômica. Este processo foi responsável por trazer ao Brasil novos investimentos de outras nações e empresas multinacionais durante a segunda metade da década de 1950. 
O governo de Juscelino Kubitschek, instaurou a política de desenvolvimentismo, ou seja, crescer 50 anos em 5, o país deveria crescer, por meio de um conjunto de 31 metas a serem alcançadas durante seu governo, o chamado Plano de Metas, assim o Estado procurou investir em infraestrutura básica e geração de energia para atrair indústrias privadas, principalmente as automobilísticas, e em indústrias de base. Nesse período, as principais características da industrialização brasileira eram: 
• A concentração industrial: A maioria das indústrias estava localizada na cidade de São Paulo e arredores, em virtude, principalmente, da maior quantidade de infraestruturas e mão de obra que a região possuía em relação ao restante do país. Essa situação só começou a mudar a partir de 1970 graças ao investimento em infraestrutura nas demais regiões do país, incentivos fiscais e, sobretudo, ao esgotamento da cidade de São Paulo, que passou a ter um alto custo de produção e baixa qualidade de vida em face da quantidade de indústrias ali localizadas. 
• Dependência econômica e tecnológica: A industrialização brasileira desenvolveu-se essencialmente por meio do capital estrangeiro, a partir de empréstimos, e de tecnologia importada, já que o país não possuía nem capitais nem tecnologia suficiente para industrializar-se. Por isso a maior parte das indústrias eram de origem estrangeira, com isso grande parte dos lucros obtidos no Brasil e eram enviadas para o país sede da empresa transnacional.
Atualmente, o principal desafio do processo industrial brasileiro consiste em ingressar de forma autônoma, sem depender de capital ou tecnologia estrangeira, na terceira fase da Revolução Industrial, que faz uso intenso de alta tecnologia (informática, robótica, biotecnologia etc). Além disso, o país precisa dinamizar sua produção, evitando desperdícios e diminuindo os custos, para conseguir competir com os produtos industrializados de outros países.

PARA SABER MAIS 


ATIVIDADES

1 — Descreva sobre as características da industrialização brasileira citadas abaixo: 
a) Industrialização tardia. 
b) Industrialização de substituição de importados. 
c) Industrialização concentrada. 
d) Industrialização dependente. 

2 — A maior parte do capital aplicado na industrialização brasileira, a partir de 1930, teve origem nos lucros obtidos com a exportação de qual produto? Explique como era empregado esse capital. 

3 — Quais as características socioeconômicas do Brasil no período de 1500 a 1808 que atrasaram o processo de industrialização do país? 

4 — Explique o que foi o Plano de Metas implantado pelo governo de Juscelino Kubitschek e quais os seus impactos na industrialização e na economia brasileira. 

5 — A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década, decorre, entre outros fatores, da: 
a) ação do Estado, por meio de incentivos fiscais e políticas de desenvolvimento regional, exemplo da Zona Franca de Manaus. 
b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna o território nacional atraente para novos investimentos industriais. 
c) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e Sudeste, o que impede novos investimentos nessas regiões. 
d) globalização da economia que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o território.

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