2º Ano Ensino Médio - Noturno - As Transformações do Mundo Rural (campo).

TEMA: AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE 

FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS… 

AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE 
A relação entre Agropecuária e Meio Ambiente há tempos levanta diversos questionamentos a respeito da melhor utilização do solo. A Agropecuária compreende a pecuária (criação de animais) e a agricultura (o cultivo de espécies vegetais destinadas à alimentação humana ou não). E, nos últimos anos, os avanços nesse setor têm sido enormes, devido ao aprimoramento das técnicas de irrigação, correção química, conservação do solo e controle de qualidade da produção, possibilitando resultados (aumento e qualidade de produção) cada vez maiores. O problema é que esses avanços, em determinados momentos, causam impactos ambientais perigosos para o futuro. A criação de animais também influencia diretamente nos impactos e na conservação do meio ambiente. Na criação extensiva, que utiliza grande área, o impacto causado pelo pisoteio e resíduos dos animais, causam problemas menores, pois o meio recebe bem essa influência. Mas existem muitos impactos prejudiciais ao meio ambiente, os quais demandam uma análise bastante cautelosa. Por isso, é importante que você conheça o art. 1º da Resolução CONAMA 001/86, segundo o qual é considerado impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que afetam: as atividades sociais e econômicas; a saúde, a segurança e o bemestar da população; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais. 

DEGRADAÇÃO DOS SOLOS E QUALIDADE DAS ÁGUAS 
Solos degradados são aqueles que não exercem suas funções, ou ao menos parte delas, como fornecer nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas e filtrar a água que abastece os depósitos subterrâneos. Assim como ocorre nas cidades, a atividade agropecuária contribui para a degradação dos solos. As quatro formas principais de degradação dos solos, provocadas ou intensificadas pelas atividades humanas são: 

EROSÃO HÍDRICA: A erosão é um processo físico que consiste na desagregação e transporte do solo, pela água ou pelo vento. Este fenômeno que esculpe o relevo terrestre é chamado de erosão geológica ou normal. Quando o solo é “despido” de sua vegetação natural e submetido ao cultivo, fica exposto diretamente às forças erosivas. Neste caso, a água e o vento removem material com intensidade muito maior do que a verificada quando o solo está naturalmente coberto. Esta remoção acelerada do material do solo é chamada de erosão acelerada ou simplesmente erosão: o fenômeno mais eficiente de depauperamento do solo. Ao ser transportado, este material será depositado em algum lugar, normalmente mais baixo. Por exemplo, a erosão ocorre no planalto e o material é depositado em uma planície após o seu transporte. Resumindo, o processo completo de erosão causado por agentes externos ocorre a partir do intemperismo que ocorre na rocha, que libera sedimentos que serão transportados pelos agentes erosivos e depositados em algum outro lugar. Esse processo quando acelerado pelas atividades humanas como a agricultura e a pecuária, pode atingir estágios mais avançados, com a formação de ravinas e voçorocas (sulcos profundos no solo) em regiões de clima úmido e chuvas torrenciais, com predomínio de solos arenosos, pouco estáveis e submetidos a formas de uso inadequadas, que são anualmente responsáveis pela remoção de milhões de toneladas de solos e nutrientes das terras agrícolas.

EROSÃO EÓLICA: desgaste do solo resultante da ação do vento sobre a superfície rochosa, que ocorre pelo processo de abrasão — atrito das partículas carregadas pelo vento sobre as rochas. Em terras cultivadas, sobretudo nos períodos de preparo da lavoura para o plantio, o solo fica exposto, o que facilita a remoção de suas partículas. É mais intensa nas áreas peridesérticas, de climas mais secos — áridos ou semiáridos —, como nas planícies estadunidenses, próximas ao Deserto do Colorado; no Sahel, faixa sul do Deserto do Saara, no continente africano; nos planaltos do norte da China, próximo ao Deserto do Gobi. 

EROSÃO QUÍMICA: também denominada lixiviação, caracteriza-se pela perda de elementos químicos essenciais para o desenvolvimento das plantas, como nitrogênio, fósforo e potássio, que são dissolvidos e carreados pelas águas das chuvas e dos rios. Além da perda de produtividade agrícola, esse tipo de erosão provoca uma concentração elevada de nutrientes nas águas dos rios, lagos e mares, desencadeando um processo de eutrofização ou eutroficação, que é a redução da quantidade de oxigênio e o desenvolvimento excessivo de bactérias em ambientes aquáticos. As áreas mais atingidas são aquelas em que há intensos processos de erosão hídrica associados à ausência ou à insuficiência de técnicas de manejo do solo. Com relação a erosão química, é preciso considerar também os impactos ambientais e econômicos decorrentes da exploração dos minerais que compõem os adubos químicos. A perda de nutrientes como o fósforo, por exemplo, requer aumento na exploração desse recurso mineral presente no fosfato, relativamente escasso e com uma produção fortemente concentrada em quatro países: Marrocos, China, África do Sul e EUA. 

COMPACTAÇÃO DO SOLO: forma de degradação física do solo causada pela compressão das camadas superficiais com a passagem de máquinas (tratores, colheitadeiras) ou, em menor escala, pelo pisoteio do gado nas pastagens. Pode dificultar e até mesmo impedir a infiltração da água no solo, aumentando o escoamento superficial e a erosão hídrica. Além disso, reduz a oxigenação dos horizontes superficiais e, consequentemente, diminui a atividade biológica de microrganismos animais e vegetais – essenciais para manter a fertilidade natural e a oxigenação do solo, uma vez que reduzem a necessidade de aplicação de adubos químicos. As áreas mais sujeitas à compactação do solo são aquelas intensamente exploradas pela agricultura comercial, que utiliza equipamentos pesados (cultivo mecanizado de soja, milho, trigo e cana-de-açúcar, entre outros.), bem como a pecuária intensiva. 

TÉCNICAS DE MANEJO SUSTENTÁVEIS DO SOLO 

Plantio Direto: é o cultivo de plantas agrícolas sob os restos vegetais do cultivo anterior, chamados de palha, evitando assim o revolvimento do solo. Essa prática reduz os efeitos erosivos, visto que a camada de resíduos vegetais atua como um escudo contra a água e o vento. 

Rotação de culturas: é a alternância entre o que é plantado numa mesma área, evitando o desgaste nutricional do solo e seu desequilíbrio químico e biológico. Pode-se por exemplo plantar soja numa safra e depois alternar para o plantio de milho, escapando assim da prática da monocultura, prejudicial a vida e à conservação do solo. 

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: é uma forma de rotação de cultura, só que mais complexa. Nela, o agricultor alterna entre o plantio da lavoura, o plantio de pastagem para o gado e combina essas duas culturas com o plantio de árvores, como o eucalipto ou espécies nativas. 

Curvas de nível: O plantio em curvas de nível consiste na produção ordenada por meio de linhas com diferentes altitudes do terreno. Essa técnica é essencial para áreas íngremes. O processo ajuda a conservar o solo contra erosões e contribui com o escoamento da água da chuva, fazendo com que ela se infiltre mais facilmente na terra e evite os deslizamentos.

Adubação verde: cultivo de espécies vegetais, em geral da família das leguminosas, nos períodos de entressafra, com o intuito de proteger o solo da ação das chuvas e dos ventos, bem como de aumentar a quantidade de matéria orgânica, que se transforma em adubo natural ao ser decomposta. Essa técnica também possibilita aumentar a fixação de nitrogênio, fósforo e potássio, entre outros, elementos químicos, além de aumentar a atividade microbiana, fundamental para a produtividade agrícola. 

Manejo natural ou Controle biológico de pragas: é controlar as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitoides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias. 
Preservar as Matas Ciliares, de Galeria e de Encostas: a vegetação que se desenvolve às margens dos cursos d’água contribuem para reduzir a erosão linear, e a conservação da formação vegetal nativa das encostas, sobretudo com declividades superiores a 45°, inibe os processos de erosão laminar.

ATIVIDADES

Observe a imagem para responder as atividades 1 e 2.
A imagem representa o plantio de cana-de-açúcar no estado do Goiás. 

1 — Qual a técnica adotada para o plantio? Cite dois pontos positivos de adoção dessa técnica. 

2 — Quais impactos ambientais essa técnica permite ao agricultor e/ou produtor rural reduzir em sua propriedade?

3 — Observe a imagem.
a) Qual o problema ambiental representado na imagem? 

b) Como as práticas agrícolas podem intensificar esse problema? 

c) Cite uma técnica de manejo que auxilia na redução desse problema. 

4 — Imagine que você é um Engenheiro Agrônomo e foi procurado por um produtor rural para resolver o problema da erosão química em sua propriedade. Quais técnicas de manejo sustentável você indicaria? Explique. 

5 — Crie três dicas para que a agropecuária possa ser mantida conservando o meio ambiente.

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