2º Ano Ensino Médio - Noturno — As Transformações do Mundo Rural (campo).

TEMA: TRABALHO NO CAMPO

FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS… 

O TRABALHO NO CAMPO NO BRASIL 

No Brasil, aproximadamente 17,8 milhões de pessoas estão envolvidas no trabalho rural, número que corresponde a 21,1% da população economicamente ativa do país, sendo predominante a mão de obra familiar em pequenas e médias propriedades agrícolas. Nas propriedades em que a agricultura familiar é extensiva, muitas vezes os membros da família buscam trabalho nas cidades ou em outras lavouras, onde trabalham temporariamente nas épocas de plantio e colheita, e retornam à sua terra apenas nos períodos de maior atividade agrícola. São exemplos os sertanejos, que migram para o litoral e, durante a época das colheitas, retornam à propriedade familiar. 

O trabalho no campo não se desenvolve de maneira homogênea, havendo diversas formas de relação, às quais são classificadas em: 

Posseiros: São trabalhadores rurais que ocupam terras do governo com a finalidade de desenvolver a agropecuária. 

Parceiros: São parcerias fixadas entre o dono de terras e um trabalhador rural. Dessa forma, um disponibiliza o espaço agrário e outro a força de trabalho. Ao fim do processo, toda a produção é dividida conforme acordo pré-estabelecido, para determinar o percentual que cabe a cada uma das partes. 

Pequenos proprietários: São pequenos produtores rurais que atuam em sua terra, geralmente com mão de obra familiar. A produção gerada na propriedade é destinada ao abastecimento da própria família e o excedente é comercializado no mercado local. 

Arrendatários: Agricultores que não possuem terras, mas que dispõem de equipamentos agrícolas. Desse modo, para produzir, alugam ou arrendam a terra de terceiros. O pagamento do aluguel é realizado em moeda corrente ou com parte da produção. 

Assalariados permanentes: Trabalho com certa estabilidade. Isso quer dizer que o serviço não tem um prazo determinado para terminar, ou seja, é fixo. 

Assalariados temporários: trabalhadores rurais que desempenham atividades por um período determinado. Essa relação de trabalho pode acontecer por dia, empreitadas, períodos de colheitas. Isso é comum no corte de cana; os bóias-frias trabalham por alguns meses do ano. 

Não-remunerados: Corresponde ao trabalho realizado muitas vezes pelo grupo familiar (filhos, esposas, etc.), sem que haja o pagamento de salários. Existe outra forma de “trabalho não remunerado”: o trabalho escravo, uma prática criminosa e hedionda que infelizmente ainda ocorre em algumas fazendas do interior do Brasil. 

Estrutura fundiária: Corresponde à maneira como as terras estão distribuídas no território.

Latifúndio: São grandes propriedades rurais com, aproximadamente, 600 hectares (lembre-se: um hectare equivale a dez mil metros quadrados!). 

Minifúndio: São pequenas propriedades rurais com aproximadamente 3 hectares. 

Expropriação: É quando um pequeno proprietário rural se encontra endividado, sendo obrigado a vender sua propriedade para pagar dívidas. Em geral, os grandes fazendeiros próximos acabam por adquirir tais propriedades. 

Trabalho escravo no campo: Trata-se do aliciamento de mão de obra com falsas promessas. Ao empregar-se na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, por não ter direitos trabalhistas e não receber salário, não consegue quitar a dívida, ficando aprisionado sob a vigilância de jagunços (capangas armados a serviço de fazendeiros). Em pleno século XXI, tal prática ainda ocorre, principalmente nos estados do Pará, Mato Grosso e Goiás.

ATIVIDADES

1 — As situações a seguir exemplificam modelos de exploração do espaço rural no Vale do Açu, no estado do Rio Grande do Norte. 

Situação 1 
Um proprietário de terras no Vale do Açu, junto com sua família, produz milho, feijão, arroz e hortaliças e cria um rebanho de bovinos e caprinos. 

Situação 2 
No Vale do Açu, em outra propriedade rural, uma empresa produz banana utilizando mão de obra assalariada. 
a) Caracterize as relações de trabalho realizadas em cada uma das situações. 

b) Qual o tipo de agricultura praticado e qual o destino da colheita em cada uma das situações? 

2 — Leia o fragmento de texto a seguir:

a) Interprete a afirmação do líder camponês, considerando a extensão das propriedades agrícolas do país. 

b) Explique o que é latifúndio. 



Observe a charge e responda às questões 3 e 4. 

3 — O título dado ao cartum é uma ironia. Explique como essa ironia se aplica a realidade rural brasileira. 

4 — Considerando a perspectiva do cartunista sobre o campo brasileiro, qual o principal aspecto evidenciado pela charge? 








5 — Leia o trecho do poema “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto. 

Esta cova em que estás, 
com palmos medida, 
é a conta menor 
que tiraste em vida. 

É de bom tamanho, 
nem largo nem fundo, 
é a parte que te cabe deste latifúndio. 

a) Com base no trecho do poema de João Cabral de Melo Neto, identifique dois aspectos relacionados à questão agrária no Brasil. 

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