2º Ano Ensino Médio - Noturno - Cultura e Política na Construção do Estado Nacional Brasileiro (1822-1900).
TEMA: A economia no Brasil Imperial
FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS...
Liberalismo — Doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do
poder estatal.
Positivismo — Sistema criado por Auguste Comte (1798-1857), que se propõe a ordenar
as ciências experimentais, considerando-as o modelo por excelência do conhecimento
humano, em detrimento das especulações metafísicas ou teológicas.
ATIVIDADES
1 — Leia o texto abaixo e faça o que se pede.
A economia no Brasil Imperial
A forma como o Brasil foi inserida na economia mundial traçou alguns dos contornos da organização econômica e social, sendo geradora de desequilíbrios e desigualdades que se mantêm até hoje em nosso país.
Apesar da diversidade econômica que a América Portuguesa apresentava no final do século XVIII,
após nossa independência política, em 1822, continuou a predominar, no Brasil, o modelo herdado do
período colonial, baseado no latifúndio monocultor escravista. A estrutura agrária do país foi (e é) concentradora de riquezas e de renda. Exemplo da preservação da estrutura exportadora do tipo colonial
foi a cultura cafeeira, que repetiu a dinâmica das plantations escravistas.
Esse tipo de inserção na economia mundial – a reiteração da vocação agroexportadora, baseada no latifúndio - impediu a ascensão de um efetivo processo de industrialização no país, até pelo menos a terceira década do século XX, e foi, em parte, responsável pela concentração da riqueza nas mãos de poucos.
Segundo o analista Basílio Sallum Jr., por maiores que tenham sido as mudanças observadas no
Brasil na última década do século XX, o país ainda não conseguiu se desprender de sua condição de
país periférico, não obstante se inclua entre as sociedades mais dinâmicas da periferia. Para romper
com a condição periférica, afirma Sallum, é preciso tratar da inclusão econômica e social da maioria
da população brasileira, que permanece às margens das conquistas materiais da civilização moderna.
Essa afirmação levanta duas questões importantes. A primeira é a possível explicação da dependência e do caráter periférico de nosso país, baseando-se exclusivamente nas especificidades de seu
processo histórico. A segunda é a constatação de que a história do país está inserida em um processo
mais abrangente que é o do capitalismo mundial. Porém, cabe uma ressalva ao autor. No que se refere
ao primeiro ponto, não se pode conceber o passado como um “pecado original”, ou seja, alguma coisa que já nasce com o país. Se assim fosse, não se teria observado nenhuma mudança no Brasil desde o momento em que se iniciou o nosso processo de colonização. Embora o passado possa ajudar a
compreender e refletir sobre o presente, há de se tomar cuidado para não incorrer em simplificações
históricas, fugindo sempre da ideia da inevitabilidade deste presente em razão do passado. Não custa
reiterar que o Brasil, hoje, é uma potência emergente, respeitada no cenário mundial. No que se refere
ao segundo ponto, apesar da importância prioritária de se estudar a trajetória econômica do nosso
país, é impossível esquecer que, desde os primeiros anos da colonização, o Brasil esteve inserido em
processos mais globais, que devem também ser analisados.
Neste capítulo, você vai estudar a economia do Império brasileiro, muito frágil no Primeiro Reinado
e pujante, embora dependente, no Segundo, em razão da produção do café e de outros produtos agrícolas de exportação. Vai ver ainda o surto industrial desencadeado pelo Barão de Mauá, de curta vida.
Sem dúvida, era uma dinâmica econômica bem diferente da atual.
a) Por que, apesar da diversidade econômica que a América Portuguesa apresentou no final do
século XVIII, continuou a predominar, no Brasil, o modelo baseado no latifúndio monocultor
escravista?
b) Qual foi o obstáculo à ascensão de um efetivo processo de industrialização no país?
c) Qual a posição do analista Basílio Sallum Jr. acerca da economia brasileira?
d) Quais são as duas questões importantes que se colocam a partir da posição de Basílio Sallum Jr.?
e) Como caracterizar a economia brasileira no Primeiro e no Segundo Reinados?
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