2ª Ano Ensino Médio - Noturno - Valores.
Caro estudante,
Uma das principais constatações, ao tratarmos dos problemas referente à banalização dos valores,
é a banalização da palavra. Desde o seu uso irresponsável até o esvaziamento dos seus significados.
Mas em um grupo social, qualquer que seja ele, só chega a esse estado de coisas, através de uma outra
prática banal: o esvaziamento do vínculo entre pessoas – vínculo que também se expressa na qualidade
de seus diálogos.
Em qualquer lugar onde o vínculo humano perdeu a importância, as pessoas se encontram, mas não
dialogam, mesmo que falam sem parar: uma anseia pelo calar do outro para chegar a sua vez de falar.
Os encontros se tornam, então, previsíveis e automáticos, sem nenhuma criatividade. Perde-se a maior
graça do encontro: a possibilidade de criar juntos novos sentidos, outros significados para o que se vive
e para a experiência de mundo.
Dialogar não é simplesmente falar. É também ouvir. E silenciar. Pois é no silêncio que ponderamos,
“esperamos o terceiro pensamento”, como escreveu Guimarães Rosa. “Mesmo no silêncio e com o
silêncio dialogamos”, disse Carlos Drummond de Andrade. Não dialogamos para reforçar o que “já
sabemos”, mas para construir novos significados. É uma forma de se relacionar, de criar com o outro.
No mundo do automatismo desenfreado do “tagarelar”, desconhecemos a potência da nossa própria
fala, de tanto a lançarmos no vazio. E desconhecemos a potência do outro, pois não sabemos escutá-lo.
O dizer se torna, assim, inútil, e as palavras perdem a força, isto é, a potência de significar.
A proposta desta aula é criar espaços e condições de diálogo, abordando situações frequentes no
cotidiano, problematizadas a partir da sua recorrência no uso das mídias sociais.
Sigamos como as atividades e bons estudos!
Se a carapuça serviu...”
1 — Um dos posicionamentos mais desastrosos para o cultivo do diálogo em mídias sociais é a
mistura constante da vida pública com a vida privada. Desde as confissões dos afetos mais
íntimos à publicação de fotos tiradas em momentos reservados da vida pessoal. Mas um tipo
de postagem que desperta imediatamente desconfiança e constrangimento é aquele que,
por não conter um destinatário explícito, nem especificar o contexto em que foi enviado, pode
gerar uma série de mal-entendidos. Qualquer pessoa pode se identificar com a mensagem
e pensar que é com ela, ou dela, que estão falando. Dado o mal-estar que costumam gerar, as
mensagens indiretas dizem mais sobre quem as escreveu e não sobre a quem foram endereçadas.
É esse território perigoso, onde nunca sabemos quem exatamente está nos observando,
que será problematizado.
a) Partindo disso, leia e reflita sobre os seguintes dizeres, típicos das mídias sociais:
• Tem gente que se acha #aff
• Gente que posta “fotinha” fazendo biquinho pro espelho #VocêEstáFazendoIssoErrado
• Inveja mata, viu! #BeijinhoNoOmbro
• Eu vou cuidar da minha saúde, porque da minha vida já tem quem cuide #AinvejaTemFacebook
• A fila anda, tá? #SouMaisEu
• Gente que não sabe nem escrever direito #AgenteVêPorAqui
b) Você certamente já presenciou situações em que as pessoas “jogam indiretas” para as outras
nas redes sociais. Reflita sobre essa curiosa forma de se comunicar. Levante hipóteses sobre
os possíveis significados.
Sugestão: você pode compartilhar com alguém que esteja em sua casa e registrar a opinião
ou relato de algo vivenciado devido as postagens.
c) Você também percebeu que as frases têm mais de um sentido — provavelmente vários.
Para ajudar na investigação, responda às seguintes perguntas:
• Em quais tipos de contexto as frases poderiam ter sido escritas? Você pode escolher duas ou
três frases para o seu relato.
• A quem elas se destinaria? Ou seja: para quem “a carapuça poderia servir”?
• Quais as possíveis intrigas e picuinhas que estariam por trás de tudo isso?
2 — Comunicação: A força que me movimenta.
Sabemos que nossa forma de agir diz muito sobre cada um de nós.
a) Então, estabeleça a partir de hoje algumas metas pessoais para serem aprimoradas, caso
você tenha percebido que anda cometendo alguns deslizes na relação com os outros (amigos,
familiares) ou se possui dificuldades para expressar o que sente. Pois nada é mais grave do
que ser mal entendido ou magoar as pessoas por não saber se expressar bem. Fazendo isso,
além de ter esse cuidado com as pessoas com quem convive, você é estimulado a desenvolver
novas habilidades de comunicação? Talvez você não saiba, mas ser um bom comunicador, é
algo que se aprende!
Para isso, basta ter clareza das dificuldades que você tem e precisa começar a superar para
começar a mudar suas atitudes. Um comunicador em potencial é quem sabe resolver conflitos
através do diálogo. Esse comunicador se conhece muito bem e entende as pessoas a sua
volta. Principalmente em relação a algumas postagens nas redes sociais ou durante aquelas
rodas de conversa com os amigos ou familiares.
b) Ao se comunicar, o que você considera que precisa melhorar, quando alguém alega não ter
entendido o que você disse? Reflita e registre no seu portifólio.
Ainda falando da capacidade comunicativa, esteja atento como você gerencia suas emoções.
Um bom comunicador, por exemplo, não guarda rancores e sabe perdoar as pessoas. Saber
falar o que sente, ouvir pontos de vista diferentes evita que mais tarde você tenha problemas.
c) Sobre isso, leia o texto:
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