3º Ano Ensino Médio - Noturno - Mundo contemporâneo, República e modernidade, Cidadania e democracia: de 1930 aos dias atuais.

TEMA: A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

 FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS... 

HOLOCAUSTO — Holocausto foi uma ação sistemática de extermínio dos judeus, em todas as regiões da Europa dominadas pelos alemães, nos campos de concentração, empreendida pelo regime nazista de Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 

KAMIKASES — Os kamikazes eram uma unidade de ataque especial na Segunda Guerra Mundial. Eram conhecidos por realizarem ataques suicidas por aviadores militares do Império japonês contra navios dos Aliados, para destruir o maior número possível de navios de guerra. 

REICH — Reich alemão foi o nome dado à Alemanha durante a maior parte da sua história. Reich foi utilizado por ela própria na variante comum alemão do Sacro Império Romano, o “Santo Império Romano da Nação Alemã” (Heiliges römisches Reich deutscher Nation). Der Riche foi um título para o Imperador. No entanto, convém notar que o latim, e não o alemão, era a linguagem jurídica formal do Império na Idade Média, porém, alguns historiadores preferem utilizar Reich alemão à palavra Latina imperium para definir este período da história alemã.


A hesitação das democracias europeias 

O regime nazista preparou a Alemanha para a guerra. As posições de Hitler contra o Tratado de Versalhes (1919), o rearmamento progressivo do Terceiro Reich e a instituição do serviço militar obrigatório não deixavam dúvida quanto aos seus objetivos expansionistas. 
Um dos primeiros atos de Hitler foi a retirada da Alemanha da Liga das Nações — organismo internacional fundado ao final da Primeira Guerra Mundial para resolver litígios entre os Estados. Os nazistas não cansavam de declarar seu direito ao espaço vital, considerado necessário para a formação da “Grande Alemanha’’. 
Em 1936, a Alemanha liderou o Pacto Anti-Komintern, aliando-se ao Japão contra o expansionismo soviético. A Itália fascista aderiu no ano seguinte. Foi uma reação ao VII Congresso da Internacional Comunista, realizado em Moscou, um ano antes, que recomendou aos partidos comunistas de todo o mundo a formação de frentes populares com socialistas e democratas contra a ascensão dos regimes fascistas. 
França e Grã-Bretanha viram no fortalecimento alemão uma forma de conter o comunismo no limite das fronteiras soviéticas. Por esse motivo, calcularam que a guerra a alemã em busca de seu espaço vital se limitaria ao leste, talvez provocando a destruição da URSS, mas não chegaria aos países do Ocidente europeu e a seus impérios coloniais na Ásia e na África. Mas os planos de Hitler logo se mostraram bem mais ambiciosos. 

ATIVIDADES

O nazismo na Alemanha 

As raízes dos pressupostos nazistas encontram-se na conjuntura da Primeira Guerra Mundial. 
Em 1918, com a derrota praticamente consolidada no conflito, a pressão pela renúncia do Kaiser Guilherme II elevou-se e uma junta militar induziu a constituição de um governo civil com o objetivo de facilitar as negociações de paz com os representantes da Entente.
No dia 28 de outubro de 1918, oficialmente, o II Reich alemão era substituído pela instauração de uma república parlamentarista, inspirada nos princípios liberais-democráticos. 
A República de Weimar, cidade onde foi elaborada a nova Constituição, posteriormente solicitou o armistício no dia 11 de novembro de 1918 e acatou as duras condições impostas pelos países da Entente, vitoriosos no conflito, no Tratado de Versalhes de 28 de junho de 1919. 
No entanto, as duras condições do Tratado de Versalhes impuseram à Alemanha, além da destituição de seu império colonial, a redução dos limites do seu território, o desarmamento e o pagamento de pesadas indenizações, ferindo, portanto, o sentimento e o orgulho nacionalista alemão. 
O agravamento da crise econômica, o descontrole da inflação que chegava a 4.000% ao ano e o desemprego em massa provocaram a ação dos movimentos sindicais em defesa das classes trabalhadoras. 
Inspirados na Revolução Bolchevique, Rosa Luxemburgo e Karl Libnitch, líderes do Partido Socialista Alemão, tentaram, porém sem sucesso, através da Revolução Espartaquista de 1919, derrubar a República de Weimar e implantar a ordem socialista no país. 
A conjuntura de crise e a clara ameaça dos movimentos populares provocam a aproximação da burguesia alemã com o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães ou Partido Nazista, dirigido pelo ex-combatente da Primeira Guerra, Adolf Hitler. 
Apesar do termo socialista no nome do partido, vale lembrar que Hitler não se posicionava a favor das ideologias de esquerda. O socialismo a que se refere, na verdade, fundamenta -se na “ luta de raças” e não na proposição de “luta de classes”. 
Os termo foi empregado, na verdade, como forma de atrair os cidadãos desempregados e descontentes com o regime vigente para as fileiras do projeto proposto por Hitler. 
Tomando como referência a Marcha sobre Roma, liderada por Mussolini, Hitler organiza o “Putsch de Munique”, na região da Baviera em 9 de novembro de 1923. 
O Putsch foi uma marcha militar promovida por Hitler e seus “camisas-pardas” (militantes nazistas), quando, sem sucesso, o líder do Partido Nazista tentou garantir a sua ascensão ao governo local. 
Após a tentativa de golpe, Hitler foi condenado ... a 5 anos de prisão, pena que foi posteriormente reduzida para seis meses de claustro. Na cadeia, redigiu a sua obra Mein Kampf (Minha Luta), na qual descreve os fundamentos da doutrina nazista, defendendo a Teoria do Espaço Vital, responsável pela organização do III Reich e a política antissemita, responsável pela perseguição aos elementos judaicos, vistos como responsáveis pela crise econômica do Estado. 
Além disso, o antissemitismo era utilizado pela proposta nazista como estratégia de afirmação da pretensa supremacia da raça ariana. 
A partir da deflagração da Crise Mundial de 1929, a República de Weimar acabou tornando-se politicamente mais vulnerável diante dos discursos da extrema direita. 
Em função da Crise de 1929, a ajuda norte-americana para a reconstrução do país foi suspensa e a balança comercial alemã prejudicada pelo colapso econômico no comércio internacional. 91 
Diante do aumento considerável do desemprego na Alemanha, cresce o número de eleitores que passam a votar no Partido Nazista como solução imediata para o país. 
Em março de 1932, nas eleições presidenciais, Hitler disputa com o marechal Hindemburg, do Partido Social Democrata, sendo, porém, derrotado. 
No entanto, setores influentes do empresariado e o parlamento alemão, constituído em sua maioria por deputados nazistas, pressionam o presidente eleito a nomear Adolf Hitler como chanceler da Alemanha (Primeiro-Ministro). 
Em 27 de fevereiro de 1933, aproveitando-se o incêndio do Parlamento, atribuído supostamente aos militantes comunistas, Hitler desencadeou a ostensiva perseguição aos grupos de esquerda na Alemanha. 
Com a morte do presidente Hindemburg, em 2 de agosto de 1934, assumiu a chefia do Estado alemão com o título de “Fuhrer”. 
Implantando um rígido regime de exceção, em decorrência da morte de Hindemburg, Hitler suprime as liberdades sindicais e o direito de greve dos trabalhadores. Estabeleceu a censura à imprensa, a perseguição aos elementos judaicos e a repressão aos inimigos do regime através das SS (Schutz Staffel: “Esquadrão de Proteção”), e da Gestapo (Geheime Staats Polizei: Polícia Secreta do Estado), além da HJ ou Juventude Hitlerista. 
Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler convoca o recrutamento militar obrigatório, investindo na remilitarização e no desenvolvimento da indústria bélica, corno forma de lançar as bases para a construção do III Reich. 

1 — Analise o texto a seguir e responda: 

A educação nazista: Nosso povo alemão, hoje esfacelado, jazendo entregue sem defesa, aos pontapés do resto do mundo, tem, precisamente, necessidade da força, que a confiança em si proporciona. Todo o sistema de educação e de cultura deve visar a dar às crianças de nosso povo a convicção de que são absolutamente superiores aos outros povos. 
O expansionismo: O direito ao solo e à terra pode tomar-se em dever quando um grande povo parece destinado à ruína por falta de extensão territorial. Especialmente quando não se trata de qualquer populaçãozinha negra, mas da Alemanha, mãe da vida, mãe de toda civilização atual. 
A Alemanha tem todas as oportunidades de arrebatar a Ucrânia à Rússia soviética porque o comunismo é dirigido pelos judeus: ora, a longo prazo, o judeu não saberia conservar o Estado potente; ele não é um elemento organizado, não passa de um fermento em decomposição. O fim do domínio dos judeus sobre a Rússia será também o fim da Rússia como Estado. Fomos eleitos pelo destino para assistir a uma catástrofe que constituirá a prova mais sólida da exatidão das teorias racistas no tocante às raças humanas. 
(Mein Kampf, Adolf Hitler. FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (SP) — Coletânea de Documentos Históricos. São Paulo: SE/CENP, 1985. p. 90.) 

a) Qual o objetivo da educação proporcionada pelo regime nazista, segundo Hitler?

b) De que maneira Hitler justificou o expansionismo territorial alemão? 

c) Segundo o texto, quais eram principais inimigos do regime nazista? 

2 — Analise o texto a seguir. 

Para uma abordagem histórica do fenômeno nazista, faz-se primordial desvendá-lo não como uma obra de meia dúzia de endemoninhados; é preciso alcançar a dimensão social de uma experiência originária de sérios embates, fruto da crise porque passava o mundo capitalista. Nessa mesma trilha, é preciso acompanhar a dimensão específica que o fenômeno alcança na Alemanha, onde a crise explode, ativa e torna agudos problemas que já vinham de muito antes: a tradição autoritária na, o nacionalismo exacerbado e o racismo. 
(LENHARO, Alcir Nazismo: o triunfo da vontade. São Paulo: Ática, 1986. p.11). 

a) Explique de que maneira o autor explica o triunfo do regime nazista triunfo do regime nazista na Alemanha. 

Os desdobramentos do conflito 

Entre as estratégias de guerra utilizadas por ele destacaram-se as “blitzkriegs” (assaltos- relâmpago). Após invadir e ocupar a Polônia, Hitler invadiu a Holanda, a Bélgica, e posteriormente, a França. 
Em 1940, por meio da Luftwaff, a aviação nazista procurou, sem sucesso, dominar o Estado inglês. Na Ásia, o Japão ocupou a Coreia, a Indochina, regiões da Oceania e Filipinas. Na fase inicial da Guerra, o período que se estende de 1939 a 1941, as potências do Eixo dominaram o conflito, conquistando seus principais objetivos na Ásia, Europa e continente africano. 
No entanto, a derrota alemã na Batalha Aérea da Inglaterra fez com que Hitler, em 1941, invadisse a URSS, quebrando o pacto nazi-soviético, com o objetivo de controlar novas fontes fornecedoras de matéria-prima e recursos minerais, uma vez que a guerra duraria mais que o previsto pelo líder nazista. 
O Japão, nesse mesmo ano, a 7 de dezembro, atacou a principal base norte-americana no Pacífico, Pearl Harbor, provocando a entrada imediata dos Estados Unidos ao lado das potências Aliadas, que lutavam contra o Eixo nazifascista. 
Com a entrada efetiva dos soviéticos e dos norte-americanos contra as tropas do Eixo nazifascista, estabeleceu-se, entre 1941 e 1943, uma relação de equilíbrio entre as forças militares envolvidas. 
Para surpresa do líder nazista, em fevereiro de 1943, a URSS derrotou, após seis meses de luta, as suas tropas na Batalha de Stalingrado, garantindo, a partir dela, a libertação do Leste Europeu das tropas alemãs. No dia 6 de junho de 1944, as tropas aliadas norte-americanas, britânicas e canadenses promovem o Dia D, libertando a França da ocupação nazista.
A atuação dos Aliados a partir da Batalha da Sicília, promovida em junho de 1943, favoreceu a posterior queda de Mussolini, capturado e executado em Milão por tropas antifascistas no dia 28 de abril de 1945. 
Por sua vez, em 30 de abril de 1945, o cerco das tropas soviéticas a Berlim provoca o suicídio de Hitler e a queda do III Reich. A Alemanha pede o armistício no dia 8 de maio de 1945, encerrando o conflito no continente europeu. 
Na Guerra do Pacífico, a tropas norte-americanas comandadas pelo general MacArthur, depois de libertarem as ilhas Marianas, Marshall, Carolinas e Filipinas em 1944 derrotaram as forças nipônicas na Birmânia (Miamar), ocuparam a ilha de Okinawa em 1945, distanciando os bombardeios sobre o Estado japonês. 
Posteriormente, o governo norte-americano ordenou o bombardeio atômico sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, sacrificando a vida de aproximadamente 200 mil pessoas, a pretexto de forçar a rendição do imperador Hirohito. 
Vale lembrar que, na verdade, o uso da bomba atômica era totalmente desnecessário, diante da situação de declínio militar do último integrante em ação do Eixo nazifascista. 

3 — Analise o texto a seguir. 

Em entrevista à imprensa em 18 de novembro de 1941, Rosenberg (um dos “ideólogos” do nazismo) anunciou que “a erradicação biológica dos judeus europeus” estava prestes a começar. No dia 16 de dezembro, Hans Frank (administrador da Polônia ocupada) disse a seus auxiliares graduados que a questão judaica “tinha, de uma maneira ou de outra, de culminar em uma aniquilação completa”. [...] 
O governo de uma grande nação, cujas realizações culturais nada ficavam a dever a nenhuma outra, ordenou um massacre em escala gigantesca e de conformidade com critérios inteiramente irracionais. Os judeus são uma comunidade religiosa e não há essa tal de raça judaica. Os nazistas ordenaram a eliminação de uma raça inteira que existia apenas em sua imaginação depravada, sem levar em conta quaisquer critérios objetivos como idade, convicções políticas, status social, sexo ou atitudes pessoais. [...] Esses assassinos, portanto, eram· motivados não por considerações políticas e econômicas, nem como resposta a um perigo real, mas exclusivamente inspirados por uma ideologia patológica que desafia a compreensão. A visão fanática foi transformada em realidade por uma burocracia implacavelmente eficiente, por uma moderna sociedade industrial e por homens que, de muitas maneiras, eram perturbadoramente normais e comuns. O resultado foi um desmoronamento catastrófico de valores morais não só na Alemanha, mas entre todos aqueles que entraram em contato, por mais remoto fosse, com esses fatos terríveis. 
KITCHEN, Martin. Um mundo em chamas: uma breve história da Segunda Guerra Mundial na Europa e na Ásia, 1939-1945. Rio de Janeiro: Zahar, 1993. 

a) De que maneira Martin Kitchen condena o holocausto judaico? 

b) Segundo o autor, o que colaborou para que o fanatismo antijudaico se transformasse em realidade?

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