1º Ano Ensino Médio - Noturno - Violências, Criminalidade e Políticas Públicas na área de Segurança.
Dan Olweus, um pesquisador Sueco, foi a primeira pessoa a publicar textos pensando sobre as violências dentro das escolas. Ele percebeu que houve um significativo aumento no número de estudantes que se suicidavam em seu país. Quando investigou a fundo o motivo pelo qual levaram as/os estudantes ao suicídio, identificou que em todos os casos as/os crianças passavam por situações de constrangimento constante na escola. Foi assim que ele começou a chamar a atenção para o fato de que algumas pessoas dentro da escola passavam por constantes opressões e exclusão, o que ele chamou de Bullying. O termo tem origem na língua inglesa da palavra bully, que significa brigão, afrontoso.
Se pensarmos bem, na escola existe o encontro de muitas diferenças, pessoas que pensam completamente diferente uma das outras e dependendo da forma como as pessoas ali dentro lidam com essas diferenças, pode haver violência. Você e cada estudante da sua sala tiveram uma criação diferente, aprenderam a conviver com determinadas diferenças e identidades de uma forma. Infelizmente algumas pessoas aprendem que a maneira certa de ser e existir no mundo é padronizada, todas aquelas pessoas que não estão dentro desse padrão merecem ser alvo de piadas e de constrangimento. Basta analisarmos as piadas que conhecemos, normalmente sempre existe um alvo nessas piadas, seja uma pessoa mais gordinha, uma menina que pinta o cabelo de loiro, um homem que gosta de atividades rotuladas como “femininas”, uma pessoa que tem o jeito de falar diferente.
Percebe que quando falamos sobre essas violências estamos falando de preconceitos? Quando um grupo de crianças zomba de outra por ser mais gordinha, falamos de gordofobia, quando fazem piada por um rapaz gostar de dançar com as meninas, isso é homofobia, quando criam apelidos e piadas para um jovem por causa de sua cor de pele, racismo, e por aí podemos discorrer sobre muitas formas de preconceito presentes na escola.
É importante destacar que essas violências não ocorrem apenas entre estudantes, uma professora ou professor, também podem ser responsáveis por ações de bullying contra um adolescente. Seja pelos comentários, seja por responsabilizar essa pessoa por mal comportamento sendo que outras pessoas ao redor também apresentam o mesmo comportamento, e por aí vai. Vocês estudantes já conhecem o bullying, pois vivenciam essa experiência diariamente. Assim como professoras/es também podem passar por situações de violências constantes dentro do ambiente escolar, seja por sua orientação sexual, seja por sua cor de pele, sua forma de falar e andar, etc…
Contudo, é importante que a gente consiga separar as agressões físicas que ocorrem em momentos específicos, uma briga entre dois alunos por conta de um ocorrido na queimada, ou uma briga entre duas alunas por um incidente no futebol não necessariamente se configura enquanto bullying, são violências pontuais. O bullying é um processo constante, violências que se dão de forma simbólica ou de forma verbal, podendo sim chegar a uma agressão física, mas que de uma forma contínua agridem e constrangem uma pessoa. Por isso, os efeitos do bullying são tão perversos, podendo levar uma/um adolescente ao suicídio. No infográfico abaixo, podemos identificar as ocorrências mais frequentes em todo o Brasil:
Até então ,falamos das formas presenciais, ou seja, quando estamos juntas/os dentro da escola. E neste período de Pandemia que estamos em ambientes virtuais? Ainda é possível existir o bullying? Para responder a essa pergunta é preciso analisar dentro dos grupos de Whatsapp, nos grupos do Facebook e em outras redes sociais. Infelizmente,o ambiente virtual reproduz as violências presenciadas no ambiente físico. As formas são as mesmas, piadas, comentários, exclusões, entretanto existem outras possibilidades como a divulgação de fotografias sem a devida autorização das pessoas, a criação de memes, edição de imagens, figurinhas no whatsapp, uma diversidade de mecanismos que podem ofender e criar constrangimento para outras pessoas.
As violências dentro do ambiente virtual de grupos escolares também são consideradas bullying, mas por estarem no ciberespaço, ou seja, em espaços digitais, as nomeamos de ciberbullying. Normalmente, essas violências ocorrem de forma pública, ou seja, não são mensagens inbox para estudantes, mas compartilhamentos de imagens, comentários e memes dentro de grupos com muitas pessoas acessando, inclusive pessoas que não fazem parte do círculo de pessoas conhecidas da vítima. Sendo assim, podemos pensar que o impacto dessas ações podem ser maiores do que quando no espaço físico. Inclusive, não só a vítima específica, mas outras alunas e alunos podem se sentir constrangidos com a manifestação violenta.
É preciso ter muito cuidado, e muito respeito com todas as diferenças. Todas e todos nós podemos ajudar, se você é testemunha de uma dessas ações, cuide da vítima, acolha ela e converse com a pessoa agressora, com quem está causando todo esse sofrimento. Se preciso, converse com uma professora ou professor mais próximo e que você acredita que possa intervir de forma a auxiliar. Não aceite, de forma alguma ,nenhum tipo de preconceito e discriminação dentro do espaço escolar, nem de estudantes nem de professoras/es. Vamos cuidar para que a escola seja um espaço acolhedor para todas as pessoas.
Saiba Mais:
Cyberbullying:
ATIVIDADES
A troca de mensagens de cunho sexual, com imagens e comentários eróticos dentro de qualquer meio eletrônico, é conhecido como sexting. O nome “sexting” é baseado em uma junção de palavras, oriundas dos radicais “Sex” (sexo) e “Ting” (sufixo de texting), exatamente por essa origem histórica do “sexo por mensagens de texto”. O sexting é uma prática constante entre as/os adolescentes do Ensino Médio, mas que pode ser motivo de muito estresse. Leia a charge abaixo:
Com base na nossa aula sobre ciberbullying, faça um comentário de no mínimo 5 linhas sobre a charge acima. Para isso, observe todos os perigos e consequências que essa prática aparentemente inofensiva, pode causar na vida das pessoas; tente observar se há um gênero específico (masculino ou feminino) que mais sofra com essa situação, caso acredite que sim, discorra ao longo da sua dissertação, apontando o porquê de você achar isso. Caso considere necessário pesquise na internet por meio do celular um pouco mais sobre o conteúdo abordado.
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