2º Ano Ensino Médio - Noturno - Cultura e política na construção do Estado Nacional brasileiro (1822-1900).

 TEMA: O comércio brasileiro e a consolidação de novos parceiros no comércio exterior

FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS... 

Barão: Barão (feminino: baronesa) é um título nobiliárquico da baixa nobreza existente em muitas monarquias, sendo imediatamente inferior a visconde e superior a baronete ou a senhor. A palavra barão provém do franco baro, que significava “homem livre”. Esta palavra germânica tem sido emprestada para o latim no início da Idade Média. Seu adjetivo é o baronial. 
Os barões pertencem à nobreza do estado e, portanto, fazem parte da elite, tendo propriedades rurais, cargos políticos e/ou, por vezes, descendem da nobreza antiga, tendo geralmente uma formação cultural elevada. A “baronia” era a terra que conferia ao possuidor o título de barão e, também, na época feudal a qualquer grande feudo.

PARA SABER MAIS 

Vídeo: Ciclo do Café:

Vídeo: O país do café: a economia cafeeira no Segundo Reinado:


ATIVIDADES

A segunda metade do século XIX 
A partir da década de 1830, o comércio brasileiro começou a se expandir, com a consolidação de novos parceiros no comércio exterior. Já em 1850, os Estados Unidos haviam se tornado um considerável importador de produtos brasileiros, quase tão importante quanto a Inglaterra, apesar de esta continuar a ser o principal exportador para o Brasil. 
Ao longo do século XIX, os termos de troca melhoraram para o Brasil. Os preços das exportações aumentaram na ordem de 22% entre 1820 e 1860 e os das importações caíram na mesma proporção, o que significou uma melhoria de cerca de 70% nos termos de troca. 

Durante o Império, muito embora a posição do Brasil no comércio internacional houvesse melhorado, o governo brasileiro manteve estreitas ligações com a Inglaterra e permaneceu sob o controle da City de Londres. Entre 1825 e 1889, o nosso país contraiu 17 empréstimos, atendendo condições extremamente rigorosas, o que revela a nossa aguda dependência financeira. 


A economia cafeeira 
O café é originário da região de Kaff, na Abissínia (atual Etiópia) e foi levado para a Europa, pela primeira vez, pelos comerciantes venezianos. No século XVIII, o café já era um produto de ampla demanda no mercado europeu, sendo abastecido pela produção haitiana.
As primeiras sementes de café chegaram ao Brasil em 1727, pelas mãos do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, presenteadas pela esposa do governador de Caiena, capital da Guiana Francesa, próxima do Haiti. O sargento-mor, morador do Pará, inaugurou as plantações naquela região, mas eram cultives de fundo de quintal para consumo doméstico. Mudas de café também foram transferidas de Goa para o Rio de Janeiro. 
 Por volta de 1780, o café começou a ser produzido em escala comercial no Brasil. Isso aconteceu em razão do aumento da demanda pelo café na Europa e nos Estados Unidos e do aumento dos preços do café no mercado internacional. 
As grandes plantações de café surgiram no Rio de Janeiro, que apresentava as condições geológicas e climáticas ideais para o cultivo do produto. 
Sobre o capital investido na produção cafeeira, há várias versões. Alguns economistas afirmam que ele veio de comerciantes do Rio de Janeiro ligados à venda de gêneros e de animais produzidos no sul de Minas Gerais. Historiadores defendem que as maiores fortunas provinham de proprietários da mineração decadente em Minas Gerais ou mesmo que os primeiros cafeicultores eram lavradores pobres e obscuros que amealharam fortuna com o próprio café. Outras pesquisas apontam para o fato de que os grandes cafeicultores eram negociantes dos mais variados portes, inclusive os de grosso trato e traficantes de escravizados, sediados no Rio de Janeiro. 
No final do século XVIII, a cidade do Rio de Janeiro transformou-se em um imenso cafezal: as plantações de café cobriam os morros da Gávea, Corcovado, Tijuca e áreas vizinhas. Com o aumento da demanda do mercado internacional, os cafeeiros foram expandindo-se para o Vale do Paraíba, que dominou a economia cafeeira até os anos 1850, responsável por 78,41% do café exportado. 
No Vale do Paraíba, as fazendas de café seguiam o modelo típico das plantations da América Portuguesa: latifúndio, monocultura e escravidão. As técnicas de produção nas fazendas cafeeiras eram predatórias: desmatamento indiscriminado, queimada do solo e má distribuição dos pés de café. Em razão dessas práticas predatórias, o solo rapidamente se esgotava, diminuindo o tempo de vida dos pés de café. Dessa forma, o café, que é uma planta permanente, assumia um caráter itinerante, sempre mudando de local em busca de terras virgens. 
Apesar das técnicas de produção rudimentares utilizadas nas fazendas do Vale do Paraíba, essa região tornou-se a mais rica e importante do país. Ali se formaram fortunas imensas. Os fazendeiros mais ricos, defensores do regime monárquico e do estatuto da escravidão, ficaram conhecidos como os “barões do café”. 
Em 1870, a decadência do Vale do Paraíba já era visível. A exploração predatória do solo levou a região rapidamente ao declínio. Em 1850, as plantações já se estendiam em direção ao oeste da província de São Paulo até Campinas. 
No Oeste Paulista, a economia cafeeira encontrou as condições ideais para a sua expansão: terras mais férteis, a famosa terra roxa e um relevo mais regular. 

Responda: 

a) Por qual razão a partir de 1780, o café começou a ser produzido em escala comercial no Brasil?

b) Qual a origem do capital investido na produção cafeeira? 

c) Explique a produção de café no final do século XVIII sobretudo no Vale do Paraíba.

A modernização da produção do café 
Os fazendeiros do Oeste Paulista, além de organizar a produção na fazenda, cuidar da comercialização e do financiamento da produção, ainda participavam como acionistas de companhias de navegação e ferrovias, bancos e indústrias, das quais foram responsáveis pela criação. 
Os fazendeiros diversificaram suas atividades e investiram produtivamente seus lucros, promovendo a modernização da economia paulista. Introduziram uma tecnologia mais sofisticada de beneficiamento do café; maior racionalidade no tratamento e na utilização do solo; introduziram a mão de obra livre, principalmente de imigrantes, e investiram na melhoria do sistema de transportes com a implementação de uma malha ferroviária. 
As fazendas paulistas, ao contrário das do Vale do Paraíba, eminentemente escravistas, eram verdadeiras empresas que utilizavam máquinas agrícolas (arados, ventiladores, despolpadores e separadores de grãos) e estabeleciam uma divisão mais racional do trabalho, com tarefas especializadas. Isso aumentava a produtividade e a qualidade do produto. 

1 — A respeito das informações acima, responda: 

a) Justifique o aumento da produtividade e a qualidade do produto dos fazendeiros do Oeste Paulista.

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