3º Ano Ensino Médio - Noturno - Mundo contemporâneo, República e modernidade, Cidadania e democracia: de 1930 aos dias atuais.
TEMA: A afirmação das superpotências (Bipolaridade: EUA X URSS)
FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS...
Plano Marshall: O Plano Marshall (conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Europeia), um aprofundamento da Doutrina Truman, foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.
Well farestate: O Estado de bem-estar social, o Estado-providência ou o Estado social, são formas
de organização política, econômica e sociocultural que coloca o Estado como agente da promoção
social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda a
vida e saúde social, política e econômica do país, em parceria com empresas privadas e sindicatos,
em níveis diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao Estado de bem-estar social, garantir
serviços públicos e proteção à população, provendo dignidade aos naturais da nação.
O Estado de bem-estar social moderno nasceu na década de 1880, na Alemanha, com Otto von
Bismarck, como alternativa ao liberalismo econômico e ao socialismo.
PARA SABER MAIS
ATIVIDADES
Leia o texto a seguir.
A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. Pois, como
observou o grande filósofo Thomas Hobbes, “a guerra consiste não só na batalha, ou no ato de lutar:
mas num período de tempo em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida”. A
Guerra Fria entre EUA e URSS, que dominou o cenário internacional na segunda metade do breve século
XX, foi, sem dúvida, um desses períodos. Gerações inteiras se criaram à sombra de batalhas nucleares
globais que, acreditava-se firmemente, podiam estourar a qualquer momento, e devastar a humanidade. Na verdade, mesmo os que não acreditavam que qualquer um dos lados pretendia atacar o outro
achavam difícil não ser pessimistas [ ... ] À medida que o tempo passava, mais e mais coisas podiam
dar errado, política e tecnologicamente, num confronto nuclear permanente baseado na suposição de
que só o medo da “destruição mútua inevitável” [ ... ] impediria um lado ou outro de dar o sempre pronto
sinal para o planejado suicídio da civilização. Não aconteceu, mas por cerca de quarenta anos pareceu
uma possibilidade diária.
(HOBSBAWN, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914 — 1991, São Paulo: Cia das Letras, 1995. p. 224.)
1 — Explique, segundo Hobsbawn, o que impediu a possibilidade do “planejado suicídio da “civilização”
no período da Guerra Fria.
A afirmação das superpotências: “American way / American Dream”
A imagem retrata aspectos relacionados aos novos hábitos e padrões de consumo estabelecidos pela sociedade norte-americana na conjuntura do pós-Segunda Guerra. Apresentados
pelos diferentes instrumentos da mídia ocidental, como símbolos do progresso e do bem-estar
material, os fetiches da cultura norte-americana passaram a influenciar a conduta e os valores da
ordem capitalista mundial.
Após a superação da depressão econômica da década de 1930, a sociedade norte-americana
vivenciou a emergência de um novo ciclo de prosperidade e crescimento econômico. Contribuiria em nível interno para essa nova realidade o programa “Fair Deal” (Justo Trato) do presidente Harry Truman (1945-1952).
Preservando a linha intervencionista do New Deal, do seu antecessor, Franklin Roosevelt, Truman assegurou a manutenção da política de aumentos salariais, a estabilização dos preços agrícolas por meio
e subsídios aos produtores rurais e o investimento em programas habitacionais, favorecendo a
geração de empregos além da queda dos aluguéis.
O “Well farestate”, ensaiado pelo New Deal e consolidado pelo Fair Deal, avalizava-se, na verdade,
como estratégia política que afiançava a segurança e o bem-estar da sociedade norte-americana.
A Previdência Social, o seguro-desemprego e os programas de saúde pública, priorizando
pobres e idosos, promoviam um novo contorno nas relações entre o Estado e os cidadãos norte-americanos.
Por sua vez, a política sindical norte-americana, através do Taft-Hartley Act de 1947, conseguiu
limitar o poder de mobilização da classe operária, impondo estreitos limites para o movimento
grevista, contribuindo, dessa forma, para a emergência do “sindicalismo de resultados”.
Assim, estabeleceu-se um novo tipo de sindicalismo que se orientara pela obtenção dos benefícios econômicos do que propriamente políticos, dos trabalhadores dentro da ordem capitalista.
Em nível externo, a economia norte-americana, foi singularmente estimulada em razão do processo de reconstrução dos países europeus abalados pelos efeitos da Segunda Guerra.
Nesse sentido, o Plano Marshall (1947), proposto pelo governo norte-americano para financiar
a reconstrução europeia, reabriu os mercados do continente para os produtos e equipamentos
norte-americanos, acelerando o crescimento econômico da grande potência ocidental.
Na década de 1950, já era possível constatar que boa parte das famílias de classe média norte-americana era detentora de automóvel, aparelhos de televisão e telefone.
Cada vez mais, a formação da opinião pública passou a se definir por pesquisas formuladas
pelos novos meios de comunicação, como a televisão, que ditava os novos hábitos e padrões de
uma sociedade que se aglomerava em torno de iluminadas vitrines localizadas em atraentes ilhas
de consumo definidas como shoppings centers.
Na carona desse novo momento de crescimento, reafirmava-se o princípio do “American Way
of life” ou “American Dream”.
O progresso econômico, a segurança social e o elevado poder de consumo da sociedade
norte-americana no pós-Guerra restauravam a crença no “sonho americano”.
O “estilo americano de vida” está relacionado ideologicamente a um ethos nacionalista, enraizado na Declaração de Independência redigida por Thomas Jefferson, enfocada na valorização dos
inalienáveis direitos à vida, à liberdade e à procura da felicidade. “American dream” e “American
Way” no contexto da Guerra Fria, foram, na verdade, expressões: instrumentalizadas pelos meios
de comunicação como forma de evidenciar a distinção entre as respectivas propostas de sociedade capitalista e socialista. Em contraposição aos rigores do planejamento econômico e da estrutura social soviética, valorizava- se na cultura norte-americana, o princípio do “self made man” identificado com a ideia de que, o indivíduo, independentemente das circunstâncias do seu passado,
seria capaz de se superar e aumentar a qualidade de sua vida, através do trabalho, determinação
e seu potencial criativo. Nesse sentido, a existência do regime democrático colocava-se, politicamente, como a pré-condição para assegurar as bases de um mercado de trabalho competitivo
que possibilitasse pelo princípio do mérito a livre ascensão dos indivíduos. A cultura norte-americana, caracterizada pelo elevado padrão de consumo, tornar-se-ia modelo para o mundo ocidental, veiculada tecnologicamente pelos novos meios de comunicação em franco desenvolvimento,
como o cinema, a televisão, além do rádio. Ultrapassando as suas próprias fronteiras, a cultura
norte-americana se impôs sobre diferentes povos e culturas do mundo ocidental, padronizando
hábitos, costumes e valores, identificados como parâmetros do progresso e do bem-estar.
2 — Explique de que forma a cultura américa se impôs sobre outras diferentes culturas e povos no
mundo ocidental.
Leia o texto a seguir.
Da década de 1960 em diante, as imagens que acompanhavam os seres humanos do mundo ocidental, do nascimento até a morte, passaram a ser as que anunciavam ou encarnavam o consumo, ou as
dedicadas ao entretenimento comercial de massa.
Os sons que acompanhavam a vida urbana, dentro e fora de casa, eram os da música pop comercial. [...]
As palavras que dominavam as sociedades de consumo ocidentais não eram mais as dos livros [...], mas as
marcas comerciais de produtos ou do que se podia comprar. Eram estampadas em camisetas, pregadas
em outras peças de roupa como amuletos por meio dos quais o usuário adquiria o mérito espiritual do estilo
de vida (geralmente juvenil) que esses nomes simbolizam ou prometiam.
As imagens que se tornaram ícones de tais sociedades eram as das diversões e consumo de massa:
estrelas de cinema e produtos enlatados. Não surpreende que na década de 1960, no coração da democracia de consumo, a principal escola de pintores abdicasse diante de fabricantes de imagens tão ou
mais poderosas que a arte tradicional. A pop-art (Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Robert Rauschemberg)
passava o tempo reproduzindo, com tanta exatidão e insensibilidade quanto possível, os badulaques
visuais do comercialismo americano: latas de sopa, bandeiras, garrafas de Coca-Cola, Marlyn Monroe.
(HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos. o breve século XX, 1914-1991. 2.ed. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. p. 495-496).
Responda:
1 — Como se caracterizavam, a partir da década de 1960, as imagens e os sons produzidos no cotidiano do cidadão ocidental inserido nos contextos urbanos?
2 — Para que grupo social a cultura de massa, em especial, era dirigida?
3 — Explique de que maneira a pop-art está relacionada à sociedade de consumo.
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