1º Ano Ensino Médio - Noturno - Sociologia - Educação.

 Educação e Tecnologias 
Carlos Andrés Otto 

Bem-vindas/os estudantes para a última semana do PET IV. Vamos entender a importância da educação formal e da escola para a sua entrada no mercado de trabalho, mercado este que necessita cada vez mais de uma mão de obra altamente qualificada. Dessa forma, as pessoas devem exigir uma educação pública de qualidade para todas as crianças, adolescentes e jovens. 
Um estudo publicado em 2015 indicava que o mercado da indústria educativa girava em torno de quatro mil trilhões de dólares por ano. Outra pesquisa de 2016 apontava que a educação em plataformas digitais mobilizou cento e sessenta e cinco bilhões de dólares, com um crescimento esperado de 5% até 2021. Trata-se de um novo mercado educativo baseado em metodologias de ensino remoto e Ensino à Distância (EaD), constantemente em expansão. 
Contudo, temos sempre que levar em conta que esse investimento é feito nas plataformas da rede de ensino privada, ou seja, são serviços pagos. Apenas pessoas que podem pagar conseguem acessar tais serviços, ou o governo precisa pagar por tais serviços para aquelas pessoas que não podem pagar. 
A Pandemia do COVID-19 acelerou um processo que vinha crescendo cada vez mais, o EaD — Ensino à Distância. Para que o sistema EaD funcione bem, é preciso uma adaptação de professoras/es e alunas/os para uma realidade diferente do ensino presencial. 
Existem pontos negativos que com certeza estão dificultando este teletrabalho, como discutimos nas semanas anteriores. Por outro lado, existem também pontos positivos, principalmente para aquelas/es estudantes com um bom acesso às tecnologias. 
Esta nova estrutura de ensino por meio das tecnologias pode promover a proliferação de empresas, startups (empresas jovens que tem como objetivo desenvolver ou aprimorar um modelo de negócio) e em experimentos de filantropia em um fluxo interminável, tudo isso para fazer face a cada vez maior presença de novas tecnologias no mercado de trabalho, principalmente do uso cada vez maior de Inteligência Artificial, que deixou de ser uma coisa de ficção científica e já é uma realidade. Ano passado no jornal New York Times foram publicadas mais de 350 matérias escritas por robôs, robôs esses que já fazem parte da indústria automotiva há vários anos. 
Um trabalhador com ensino superior completo recebe um salário 5,7 vezes maior que as/os profissionais que não cursaram faculdade. Apesar do diploma não garantir uma vaga, ele garante às/aos trabalhadoras/es maiores chances de serem capacitadas/os e consequentemente se estabelecerem em vagas mais qualificadas.
Todas essas transformações tecnológicas são um grande desafio para as novas gerações. Profissões como desenvolvedor de aplicativos, arquiteta/o de big data, Youtubers, cientista de dados, designer de interfaces, especialista em marketing digital, operadores de drones, pessoas que gerenciam redes sociais das empresas, todas essas, não existiam há 10 anos. 
Isto nos leva a confirmar a importância fundamental de uma boa formação educacional em um país que atualmente registra quase 13 milhões de pessoas desempregadas. 
No Brasil falta mão de obra qualificada, que é quando o trabalhador possui formações específicas em determinadas áreas, garantidas através de cursos técnicos ou de graduação ou pós-graduação. Há poucos investimentos no ensino profissional público, ou seja, sem uma educação de qualidade, a parcela mais pobre do país não tem acesso a empregos com melhores salários e qualidade laboral, as desigualdades aumentam. 
Como vimos nos PET 2, o Brasil é um país muito desigual, possuindo altas taxas de violência e falta de investimentos em estruturas de serviços básicos aliados à falta de apoio governamental para a Educação vão influenciar diretamente no tempo de escolaridade e o abandono escolar que também se dá pela necessidade do sustento familiar. 
Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que a média de escolaridade no Brasil é de apenas 7,8 anos, a menor da América do Sul, liderada pelo Chile, com 9,7 anos, Argentina, com 9,3 anos e Bolívia, com 9,2 anos. 
A Educação Brasileira enfrenta muitos desafios, além da dificuldade de permanência dos estudantes na escola, podemos destacar o número expressivo de analfabetos, os entraves na universalização do acesso, principalmente, na Educação Infantil e no Ensino Médio, a necessidade de melhoria da infraestrutura das redes públicas de ensino, e a formação e atratividade da carreira de professor. 
O reconhecimento das demandas e a busca por estratégias de resolvê-las são crucias. O Plano Nacional de Educação (PNE) representa o instrumento de planejamento da educação brasileira que busca resolver esses desafios, por meio da apresentação de diretrizes e metas para serem cumpridas no espaço temporal de 10 anos. O PNE em vigor foi homologado pela Lei nº 13.0005/2014 e tem validade até 2024. Duas, das dez diretrizes presentes no PNE merecem a nossa atenção são elas: universalização do atendimento escolar e a valorização dos (as) profissionais da educação, pois delas desdobram metas e ações que resultam na reforma do Ensino Médio — EM, e na qualificação dos profissionais da educação. A primeira ação direcionada para o EM busca estratégias de garantir não só o acesso, mas também a permanência e o aprendizado dos estudantes nessa etapa, compreendendo ela como importante para formação integral dos estudantes. A segunda que visa melhorar a qualificação do professor, apresenta ações de formação inicial e continuada, além de definir percentuais para qualificação dos educadores nos níveis de especialização, mestrado e doutorado. Cabe ressaltar, que o PNE é uma lei, dinâmica que deve ser lida, revisitada por todos os interessados, e o seu cumprimento é objeto de monitoramento contínuo pelo Ministério da Educação, pelas comissões de educação, pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. 
As metas e ações apresentadas pelo PNE, começam a ser percebidas, por meio da melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que tem apresentado médias crescentes ao longo dos anos. Em 2015, por exemplo, a média das notas nos anos iniciais do Ensino Fundamental ficou em 5,5, ultrapassando a meta que era de 5,2. A melhoria é incipiente, mas já indica um avanço. 
Contudo, é preciso oferecer cursos de formação e atualização para nossos educadores, dando condições para que eles desenvolvam aulas mais completas e ricas de conteúdo, tendo, inclusive, a tecnologia como aliada. Eles precisam ter acesso às metodologias inovadoras de ensino, moderna e instigante, que contribua não só para construir os conceitos, teorias e conteúdos didáticos tradicionais, mas que proporcionem aos alunos desenvolverem também, a criatividade, a vontade de ler e de buscar novos conhecimentos, habilidades cognitivas e sócio emocionais fundamentais para prepará -los como cidadãos e para o novo mundo do trabalho.

ATIVIDADES

Esta semana nosso exercício propõe a você desenvolver uma atividade que muitas sociólogas/os fazem constantemente: entrevistar pessoas! 
Entreviste uma/um amiga/o ou uma pessoa da família, uma/um vizinha/o, alguém que você tenha liberdade e que esteja em alguma vaga no mercado de trabalho, ou seja, que esteja trabalhando, em qualquer função. Pergunte a ela: 
— Que tipos de tarefas você desenvolve no seu dia a dia do trabalho? 
— Como a escola te ajudou no trabalho que faz atualmente? 
— O que você mudaria na escola para que ela possa te ajudar ainda mais no seu trabalho? 
— Se você pudesse dar um conselho para você mesma/mesmo quando estava no Ensino Médio ou Fundamental, que tipo de conselho você se daria? 

Registre as suas respostas no caderno e escreva um parágrafo refletindo sobre as respostas da pessoa entrevistada. 

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