ATIVIDADES
Viola Caipira
A viola caipira é conhecida por diversas denominações, conforme sua distribuição geográfica no
país. Este instrumento de cordas pode ser também intitulado viola sertaneja, nordestina, cabocla ou
brasileira. Ela é muito comum na porção interior do Brasil, e é considerada um dos ícones da música
popular brasileira.
Esta viola descende das violas de Portugal, por sua vez originárias de artefatos musicais da Arábia, tais como o alaúde.
Ela provém diretamente da guitarra latina, a qual igualmente
deriva das árabes e persas. Os instrumentos portugueses desembarcaram em território brasileiro pelas mãos dos colonos
da metrópole portuguesa; aqui ela foi utilizada pelos jesuítas na
doutrinação religiosa dos nativos.
Quando os primeiros mestiços passaram a fabricar violas
com madeiras rústicas brasileiras, nasceu a viola caipira. A matéria-prima mais comum é o pinho, mas o jacarandá e algumas
outras modalidades podem também ser usadas na confecção
deste instrumento.
A forma como ela é executada é distinta do toque de um
violão normal, pois suas cordas são tangidas não uma de cada
vez, como neste instrumento, mas sim de duas em duas. A
afinação dos dois artefatos também é diferente, pois na viola geralmente são realizados acordes abertos, como Ré maior
ou Sol menor, o que não acontece quando o violão é afinado.
Conclui-se, portanto, que apesar do formato de ambos ser quase sempre semelhante, há mais diferenças entre eles do que similitudes.
Pode-se afirmar que o tamanho da viola, que é bem menor, é a principal distinção; além disso, ela é
um instrumento singular, por seu posicionamento das cordas – 10 delas conectadas aos pares, resultando em 5 parelhas. As duas simetrias mais agudas são afinadas no mesmo conjunto de sons, a mesma
nota em altura idêntica. Os outros pares são apurados em oitavas, ou seja, nota igual, com distintas
alturas de uma oitava.
O executante da viola caipira usa suas cordas bem frouxas, o que, ao lado do processo de afinação,
da forma de se extrair sons destacados, e de seu toque, lhe confere uma sonoridade única. Como suas
cordas são fabricadas com o aço, demanda-se o uso de palheta, dedeira ou então longas unhas para sua
execução. A habilidade de tocar viola é considerada como um talento sagrado.
Fonte do texto: SANTANA. Ana Lucia. VIOLA CAIPIRA. InfoEscola. Disponível em:
. Acesso em: 17 jul. 2020.
Conhecendo alguns Patrimônios Culturais Imateriais de Minas Gerais
Os Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da viola foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do estado de Minas Gerais no dia 14 de junho de 2018. A viola é definida como um instrumento musical constituído, comumente, por dez cordas de cinco ordens duplas ou triplas, por um formato acinturado e eventualmente, por adornos de madeira chamados de marchetaria. Embora receba
diversas terminologias como: Viola Sertaneja, Paulista, de Queluz, de Arame, Mineira, ou puramente
Viola – é mais conhecida por Viola Caipira.
Em Minas Gerais há diversos fazedores e luthiers que dominam diferentes técnicas e saberes relacionados com a fabricação das violas. Desse instrumento se origina uma musicalidade que é vista
como parte integrante da paisagem sonora mineira e que gera uma multiplicidade de afinações, de
gêneros musicais, de ritmos, de toques e de modos de tocar presente em diversos contextos da cultura mineira, especialmente nas Folias, Catiras, Danças de São Gonçalo, Rodas de Viola, Congados,
Batuques, Lundus, Sussas, entre outras.
Fonte do texto: Os saberes, linguagens e expressões musicais da viola. Iepha, 2018.
Disponível em: http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/institucional/legislacao/15-patrimonio-cultural-protegido/
bens-registrados/361-violas-o-fazer-e-o-tocar-em-minas-gerais>. Acesso em: 17 jul. 20.
Folia de Reis é declarada patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais
O Conselho Estadual de Patrimônio de Minas Gerais aprovou o reconhecimento da Folia de Reis
como patrimônio cultural imaterial do estado. A manifestação cultural e festiva, celebrada anualmente
por católicos, ocorre geralmente no dia 6 de janeiro. Esta data, na tradição cristã, marca o aniversário
da visita dos três reis magos ao recém-nascido Jesus Cristo.
Belchior, Gaspar e Baltazar, convertidos em santos pela Igreja Católica, teriam saído do Oriente se
guiando por uma estrela e levavam três presentes: ouro, incenso e mirra. Para os devotos, a data da
chegada dos reis magos ao destino final é quando se encerram os festejos natalinos, que começam
quatro domingos antes do 25 de dezembro, dia atribuído ao nascimento de Jesus Cristo. Dessa forma,
no dia 6 de janeiro são desarmados os presépios, as árvores e os demais enfeites
Desfiles
É também nesta data que os católicos de algumas regiões do Brasil se mobilizam na Folia de Reis,
chamada ainda de Reisado ou Festa de Santo Reis, entre outros nomes. Os participantes dessa manifestação cultural e festiva entoam diversas canções e rezas em homenagem aos três viajantes santificados. Os foliões passam de casa em casa em coro e são recebidos em cada uma delas com comes e
bebes típicos do festejo.
Em cada local, há também particularidades, como encenações dos reis magos, desfiles, danças,
repertórios, instrumentos utilizados e roupas. Minas Gerais é um dos estados onde a Folia de Reis mais
se faz presente, resguardando uma tradição de aproximadamente 300 anos. Um inventário do Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) realizado em 2016 cadastrou
1.255 grupos de foliões, distribuídos em 326 municípios mineiros.
Fonte do texto: CARDOSO. Armando. Folia de reis é declarada patrimônio cultural imaterial de minas gerais.
Agência Brasil, 2017. Disponível em: . Acesso em: 17jul. 2020
Mostre que você aprendeu e responda:
1 — Você conhece o instrumento musical Viola? Conhece algum executante da viola (violeiro), alguém
que toca este instrumento? Comente com suas palavras.
2 — Como nasceu a viola caipira e quais eram suas matérias primas para confecção? Explique com
base no texto.
3 — Sobre a Folia de Reis em Minas Gerais é incorreto afirmar que:
a) O Conselho Estadual de Patrimônio de Minas Gerais aprovou o reconhecimento da Folia de
Reis como patrimônio cultural imaterial do estado.
b) Em cada local onde é realizado a Folia de Reis, há também particularidades, como encenações
dos reis magos, desfiles, danças, repertórios, instrumentos utilizados e roupas.
c) Minas Gerais é o único estado onde a Folia de Reis se faz presente, resguardando uma tradição
de aproximadamente 300 anos.
d) A Folia de Reis, também é conhecida / chamada ainda de Reisado ou Festa de Santo Reis em
diversas regiões do país.
4 — (FUNDEP 2019) — O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) aprovou o Registro dos
Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola em Minas Gerais como patrimônio cultural
imaterial. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2018.
Por patrimônio cultural imaterial, compreende-se:
a) Expressões de vida e tradições que são transmitidas de geração em geração.
b) Formas de viver exclusivas de uma região, materializadas em algum objeto.
c) Maneiras de viver que caracterizam as pessoas do interior de Minas Gerais.
d) Manifestações únicas de um povo, como a viola caipira, exclusiva de Minas Gerais.
5 — (ENEM 2013) — Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda
dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de
salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante
a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas
que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En
avant”, “Chez des dames”, “Chez des chevaliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”,
“Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o
francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto
de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.
Fonte: CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas,
a quadrilha é considerada uma dança folclórica por:
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar
uma nação ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma
nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.
6 — (ENEM 2014) — Adaptação — Desde 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
tem registrado certos bens imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações que
já ganharam esse status está o ofício das baianas do acarajé. Enfatize-se: o ofício das baianas, não
a receita do acarajé. Quando uma baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos imperceptíveis
para quem olha de fora. A cor da roupa, a amarra dos panos e os adereços mudam de acordo com o
santo e com a hierarquia dela no candomblé. O Iphan conta que, registrando o ofício, “esse e outros
mundos ligados ao preparo do acarajé podem ser descortinados”.
Fonte: KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduíche de Bauru.
Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 13, out. 2006 (adaptado).
De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se protegerem certas manifestações
históricas para que continuem existindo, destacando-se nesse caso a:
a) mistura de tradições africanas, indígenas e portuguesas no preparo do alimento por parte das
cozinheiras baianas.
b) relação com o sagrado no ato de preparar o alimento, sobressaindo-se o uso de símbolos e
insígnias pelas cozinheiras.
c) utilização de certos ingredientes que se mostram cada vez mais raros de encontrar, com as
mudanças nos hábitos alimentares.
d) necessidade de preservação dos locais tradicionais de preparo do acarajé, ameaçados com
as transformações urbanas no país.
e) importância de se treinarem as cozinheiras baianas a fim de resgatar o modo tradicional de
preparo do acarajé, que remonta à escravidão.
7 — A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural
ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial e, também, ao
estabelecer outras formas de preservação , como o Registro e o Inventário, além do Tombamento,
instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30/11/1937, que é adequado, principalmente, à proteção de
edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos.
Fonte: http://portal.iphan.gov.br.
De acordo com o texto acima, como podemos explicar o conceito de Patrimônio Imaterial:
a) O IPHAN ao dividir Patrimônio cultural em material e imaterial, teve a intenção de restringir as
políticas de patrocínio.
b) O reconhecimento de Patrimônio Imaterial foi criado para proteger os novos artistas, através
de políticas de patrocínio.
c) O Patrimônio Imaterial se preocupa, em especial, com os ritmos brasileiros visto a preocupação com a intensa entrada de ritmos estrangeiros no Brasil.
d) Pode aplicado a qualquer tipo de festas e manifestações culturais, presentes numa determinada região.
e) Os Bens Culturais Imateriais estão relacionados a celebrações, expressões artísticas, lugares,
saberes, ofícios e modos de fazer que façam parte do cotidiano e da vida social de uma região.
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