3º Ano Ensino Médio - Noturno - Filosofia - Verdade e Validade.

FIDES ET RATIO 
O tratado entre Fé e Razão 
Tomás de Aquino em sua Suma Teológica (1265 e 1273, afirma que a Fé e a razão, embora distintas, uma não se opõe a outra, cabendo à revelação certa primazia e à razão uma subordinação indireta, o que é justificável pela própria razão. Portanto, o conhecimento humano é processado de duas fontes: 
• Natural — procede da capacidade natural da razão humana e cujo resultado é a filosofia, que tem suas leis e métodos próprios, possuindo o caráter de verdadeira ciência 
• Sobrenatural — não procede da razão humana, mas da revelação divina. Estes dois tipos de conhecimento, o da razão e o da fé, possuem a mesma origem, que é Deus. Por isto não pode haver entre eles contradição intrínseca, pois são apenas modos diferentes de participação numa mesma verdade sendo evidente para o cristão que as relações entre ambos devem ser de subordinação do conhecimento racional ao obtido pela revelação. 
Daí concluímos que o homem é dotado de dois tipos de conhecimento: 
a) Sensível — alcançado pelos sentidos. Apreendem-se formas concretas, particulares; 
b) Intelectivo, alcançado pela razão. Apreendem-se formas abstratas e universais: bondade, beleza, justiça, idéia de homem, de casa. 
A Teologia torna-se a neste contexto a ciência ou estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos e de suas relações com o homem e com o universo. Este estudo se dará por meio de dois métodos: 
I. Racional — elaborada autonomamente pela filosofia (Teologia Racional). 
II. Cristão — resultante da colaboração entre a razão e a fé. A razão humana é um reflexo da própria razão divina. (Teologia Cristã). O homem é dotado de conhecimento sensível e de conhecimento intelectivo, logo, possui sentidos como os animais e inteligência racional, sua característica específica. Entre o corpo e a alma existe uma integração perfeita e interdependente.

ATIVIDADES

1 — Observe o trecho a seguir, extraído da Carta Encíclica de João Paulo II, orientando a Igreja Católica acerca da relação Fé X Razão: 
“O meu apelo dirige-se ainda aos filósofos e a quantos ensinam a filosofia, para que, na esteira duma tradição filosófica perenemente válida, tenham a coragem de recuperar as dimensões de autêntica sabedoria e de verdade, inclusive metafísica, do pensamento filosófico. Deixem-se interpelar pelas exigências que nascem da palavra de Deus, e tenham a força de elaborar o seu discurso racional e argumentativo de resposta a tal interpelação. Vivam em permanente tensão para a verdade e atentos ao bem que existe em tudo o que é verdadeiro. Poderão, assim, formular aquela ética genuína de que a humanidade tem urgente necessidade, sobretudo nestes anos. A Igreja acompanha com atenção e simpatia as suas investigações; podem, pois, estar seguros do respeito que ela nutre pela justa autonomia da sua ciência. De modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no campo da filosofia para que iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé.” 
Neste trecho da carta do Papa João Paulo II, podemos concluir que: 
a) Fé e Razão, apesar de distintas, não contradizem uma a outra. 
b) A Fé advém do próprio Criador, logo a Razão, nada mais é que um exercício de vaidade humana. 
c) A Fé procede da capacidade natural da razão humana e cujo resultado é a filosofia. 
d) A Razão tem a função de desvalorizar a Fé, logo, o homem tem o livre arbítrio de escolher viver no âmbito apenas da Fé ou da Razão. 

2 — “O meu apelo dirige-se ainda aos filósofos e a quantos ensinam a filosofia... Vivam em permanente tensão para a verdade e atentos ao bem que existe em tudo o que é verdadeiro. Poderão, assim, formular aquela ética genuína de que a humanidade tem urgente necessidade, sobretudo nestes anos.” Neste trecho, João Paulo II aponta a urgência de refletirmos sobre o agir humano no mundo e a necessidade de revermos nossos conceitos nas relações humanas. Redija um texto, avaliando a realidade da humanidade entre os séculos XX e XXI e porque a urgência de uma reformulação Ética se faz tão importante em nossos dias, independente do indivíduo professar ou não uma fé.

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