1º Ano - Ensino Médio - Noturno - Português - Linguagem e Língua.
Responda as questões abaixo:
1 – Reconhecer nossos sentimentos contribui para uma boa saúde mental, registrar o que sentimos e
refletir sobre nossas emoções contribui para desenvolver habilidades de autoconhecimento. Nesse
trecho do Diário de Anne Frank, ela fala do seu sonho em ser jornalista. Qual foi o argumento que ela
utilizou para concretizar este sonho?
2 – Você concorda com a frase “Quando eu escrevo, eu posso me livrar de todos os meus cuidados, minha tristeza desaparece, meus espíritos são revividos!” ?
3 – O que você faz para se sentir melhor? Conversa com alguém? Ouve uma música? Escreve em um
diário? Fale sobre isso.
4 – Eu quero continuar vivendo mesmo depois da minha morte! Você considera que este desejo de Anne
se concretizou? Exemplifique.
Agora vamos ler outro texto em que a autora escreve sobre seus sentimentos, crenças e desejos
através de cartas.
Você conhece Luana Tolentino?
Agora vamos conhecer um pouquinho sobre Luana Tolentino. Verifique se você acertou suas respostas:
Luana Tolentino é Mestre em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto. Foi professora em
escolas públicas da periferia de Belo Horizonte. Atualmente é professora universitária. É autora do livro
“Outra educação é possível: feminismo, anti racista e inclusão em sala de aula”, lançado em 2018 pela
Mazza Edições. Atualmente mora em Belo Horizonte e escreve artigos para a Revista Carta Capital.
Luana escreve cartas em sua coluna para pessoas.
Algumas pessoas utilizam as cartas para escrever sobre seus sentimentos a outra pessoa, sobre
descobrimentos, sobre o que pensa, suas angústias e desejos.
Vamos ler alguns trechos da carta que Luana escreveu para Titi Gagliasso em 9 de abril de 2020. Leia
a carta e responda as perguntas a seguir.
Belo Horizonte, 9 de abril de 2020.
Querida Titi!
Que alegria escrever para você! Sei que o mundo das letras, das palavras, está cada dia mais
vivo dentro de ti. Ainda assim, é bem provável que você não compreenda tudo que registrei aqui.
Não faz mal. Torço para que um dia você possa ler a minha carta, escrita com tanto carinho. Não
se preocupe. Não há pressa.
Acompanho o seu pai e a sua mãe nas redes sociais. Sou muito grata pelas contribuições que
eles têm dado para o combate ao racismo no Brasil. É muito bom perceber que eles entenderam
que a luta contra esse mal não deve ser somente de nós negras e negros. (...)
Fico sempre na torcida para que eles postem uma foto, um vídeo seu. Que menina bonita e
esperta você é (...)
Sempre fui muito estudiosa, mas isso não foi suficiente para me eximir de uma trajetória escolar permeada por experiências muito duras. Em razão da cor da minha pele, quando eu tinha sua
idade, por diversas vezes meus colegas não me chamaram para brincar. (...) Em muitas ocasiões,
a escola foi um espaço no qual me senti só. Infelizmente, esse sentimento é muito comum entre
as crianças negras do Brasil.
Por eu ter nascido com a pele escura, na maior parte do tempo, fui colocada nas últimas carteiras da sala de aula. Ao abrir os livros, encontrava pessoas que se pareciam comigo somente na
condição de escravizados, o que também acontecia na televisão. (...)
A soma de tudo isso faz com que eu me engaje na luta contra o racismo, sobretudo, na educação. (...)
Mesmo o Brasil tendo uma ligação muito forte com a Cultura e com a História africana, em
nossas escolas e nas universidades estudamos muito pouco sobre essas questões. Isso se dá em
função do racismo que permeia os currículos escolares. Para tentar mudar essa situação, que
limita nossa capacidade de conhecer a pluralidade da vida e do mundo, ensino a eles que, de fato,
existem muitas dificuldades e injustiças na África, resultantes da devastação provocada pelo
colonialismo perpetrado pelos europeus, mas mostro também que os africanos foram responsáveis pelo surgimento da Medicina, da Astronomia, da Arquitetura, da Matemática e de tantas
outras invenções fundamentais para a nossa existência.
(...) Logo, logo, você vai descobrir que muita gente importante nasceu na África. Lá nasceram
Nelson e Winnie Mandela, Graça Machel, Wole Soyinka, Chimamanda Ngozi Adichie e Kabengele
Munanga, pesquisador congolês que vive no Brasil há mais de 40 anos. (...) Na África nasceu você,
que, mesmo sendo tão pequena, ilumina a vida de tanta gente.
Outro dia vi uma sequência de fotos em que, diante do espelho, você comemorava o crescimento do seu cabelo. Fiquei emocionada. Vi a menina Luana em você. Vi tantas crianças negras.
Aos seis anos de idade, não gostava do meu cabelo, (...). Cresci odiando o meu cabelo. Esse ódio
ficou para trás. Meu cabelo é igual ao seu e, assim como você, agora também o amo. Seu cabelo
é lindo, Titi! Você é linda! Jamais se esqueça disso.
Titi querida, desejo que você tenha bons amigos. Desejo que estude em uma escola que acolhe você e o Bless com empatia e generosidade, que respeite, reconheça e valorize a diversidade
étnico-racial existente em nosso país. Uma escola que não silencie diante dos casos de racismo.
Como eu disse nas primeiras linhas desta carta, espero que você cresça em um Brasil diferente
do que eu conheci até aqui. Todos os dias luto para que isso seja possível.
Encerro esta mensagem com as mesmas palavras que Nelson Mandela costumava usar no
final das cartas escritas para sua companheira Winnie: “um milhão de beijos e toneladas e toneladas de amor”.
Luana Tolentino
Texto Retirado do site: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/uma-carta-para-titi-gagliasso/. Acesso em: 16/08/2020.
Leia a carta na íntegra pelo link acima.
Assim como Anne Frank, Luana Tolentino utilizou um recurso escrito para dar voz aos seus sentimentos, suas denúncias, desejos e esperança.
1 – Você já vivenciou alguma situação relatada por Anne ou Luana? Fale sobre isso, quando foi? Como
você reagiu? Você contou para alguém?
2 – Na sua opinião, por que Luana Tolentino escreveu essa carta?
3 – Você acha que a carta será lida apenas por Titi?
4 – Se você fosse escrever uma carta, para quem você escreveria?
5 – Cite características que encontramos nos diários e nas cartas. Esses gêneros têm alguma característica em comum? Utilize esta imagem para registrar.
6 – Nossa sugestão é: Escreva uma carta ou um diário falando sobre suas emoções, como você está se
sentindo neste período de isolamento social? Quais têm sido seus maiores desafios? O que você tem
feito de diferente? Quem está vivendo com você neste momento? Qual a mensagem você gostaria de
deixar para outros adolescentes.
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