SAÚDE MENTAL
Ródinei Páscoa
Amélio
Olá queridas e queridos estudantes! Nesta semana temos um assunto muito interessante: A Saúde
Mental de crianças e de adolescentes, como está escrito no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A maior parte das pessoas, quando ouve falar em “Saúde Mental”, pensa em “Doença Mental”. Mas, a
saúde mental é muito mais do que a ausência de doenças mentais.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é “o estado de bem-estar do corpo
físico (biológico), da mente (ter uma ‘cuca legal’ / ‘cabeça boa’) e das relações com família, amigas/os,
colegas de escola, parentes e com as pessoas com as quais temos algum contato (social)”.
Mas, afinal de contas, o que é Saúde Mental? Pessoas com “cabeça boa”, ou seja, mentalmente saudáveis, compreendem que ninguém é perfeito, que todas as pessoas possuem limites e que não se pode
ser tudo para todos o tempo todo. Por exemplo: nem sempre é possível para todas as pessoas serem
disponíveis, destemidas, abertas para ouvir, dinâmicas nas atividades, felizes, realizadas, preparadas
para tudo, pacientes, etc. Nem sempre é possível.
De maneira geral, as pessoas mentalmente saudáveis vivenciam diariamente uma série de emoções
como alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração por meio de situações diversas como: um
amor correspondido ou não; uma oportunidade de emprego, ou de desemprego; a separação; a alta ou a
baixa produtividade nos estudos ou no trabalho; a doença, a recuperação da saúde, a morte de um ente
querido; ouvir constantes palavras desrespeitosas; sofrer agressão física; presenciar a desunião familiar; vivenciar a competitividade no mundo do trabalho; entre outros acontecimentos que cada pessoa
pode reagir de diferentes maneiras. Pessoas com saúde mental são capazes de enfrentar os desafios e
as mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar
com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida.
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao
modo como ela faz para ser feliz na vida sempre tentando levar em conta os seus desejos, as suas capacidades, as suas ambições, as suas ideias e as suas emoções. Hoje em dia, por exemplo, cada vez mais, adolescentes e jovens se relacionam via internet. O uso frequente e intenso de aplicativos da internet
podem tanto trazer realizações pessoais, como originar frustrações e também podem provocar dor e
sofrimento a si próprio ou a outras pessoas.
Ter saúde mental é:
(1) Estar bem consigo mesmo e com os outros;
(2) Aceitar as exigências da vida;
(3) Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis, mas que fazem parte da vida;
(4) Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.
Praticar hábitos saudáveis, ajudam a manter a saúde mental em dia. Aqui vão algumas dicas de hábitos saudáveis que podem te ajudar bastante: (1) Jamais se isole; (2) Consulte o médico regularmente; (3)
Faça o tratamento terapêutico adequado quando precisar; (4) Mantenha o físico e o intelectual ativos; (5)
Pratique atividades físicas; (6) Tenha alimentação saudável; (7) Reforce os laços familiares e de amizades.
Adotar um estilo de vida que promova a autoestima e o desenvolvimento pessoal mediante atividades culturais e de lazer também é benéfico para a saúde mental. Exemplos de atividades culturais:
ouvir músicas com os amigos, dançar, cantar, brincar, sorrir, ler quadrinhos ou mangás, assistir filmes
legais adequados à sua idade, desenhar, colorir, participar de teatrinhos, acessar conteúdos interessantes na internet seguir páginas no instagram que traga debates que te enriquecem, etc.
A SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS E DE ADOLESCENTES NA ESCOLA
É fundamental que os estudantes tenham bons relacionamentos dentro da escola, seja com o professor, diretoria da escola, colegas de turma, amigos e familiares, para que todos desenvolvam suas
habilidades e potencialidades, tanto dentro como fora da escola. Vale a pena lembrar que a educação é
um direito de todas as crianças e adolescentes. Como você viu na semana passada, no PET, no Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) a garantia dos estudos é um dever da família, da escola, do Estado e
de toda a sociedade.
Estudar com alegria e poder contar com a colaboração dos colegas contribui para a saúde mental
de todos os estudantes. Brincar e ter senso de humor é extremamente importante e necessário nas
relações humanas. Entretanto, precisamos nos atentar para que não aconteçam brincadeiras de mau
gosto, porque a prática de xingamentos, ridicularização, agressão física, bullying, racismo, homofobia,
entre outras formas desrespeitosas de tratamento, simplesmente podem arruinar a autoestima de
uma pessoa, ou seja, são extremamente prejudiciais à saúde mental e podem causar sérias complicações na vida de alguém, como traumas, depressão, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico,
esquizofrenia, etc.
Nos casos de pessoas já diagnosticadas com algum tipo de transtorno mental, será necessária a
ajuda profissional da equipe de saúde local com atendimento psicológico, médico-psiquiátrico, medicação específica e terapias ocupacionais.
A SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS E DE ADOLESCENTES NA FAMÍLIA
O ideal seria que todas as pessoas, de todas as idades tivessem boas relações familiares a fim de se
desenvolverem socialmente, fisicamente e mentalmente. Neste contexto, fortalecer os laços sociais
com a família e com os amigos, realmente, é muito importante para a saúde mental tanto individual
como coletiva. Entretanto, a qualidade das relações interpessoais no ambiente familiar varia muito
de família para família. Por isso, em alguns casos extremos, de maus tratos, é necessário contar com a
ajuda do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente quando ocorrem situações de abusos, violência
doméstica (física ou psicológica), violência sexual praticada por parentes ou “amigos”, formas de alienação, entre outras consideradas violações de direitos humanos da criança e do adolescente. Outra
forma de pedir ajuda também é conversar com o professor, com a diretora da sua escola, uma pessoa
com quem você possa confiar. Nos casos de abuso e de maus tratos, existe também um serviço do
governo federal chamado “Disque 100”. Ligando para este número você pode fazer uma denúncia anônima. Desta forma, o Conselho Tutelar local será acionado para resolver o problema.
ATIVIDADES
QUESTÃO 01. Abaixo apresentamos algumas situações que podem ocorrer na vida real. Escolha um dos
casos e auxilie para que os estudantes tenham uma boa saúde mental.
Caso 1. Jéssica sempre foi a garota mais alta da escola. Declara ser uma pessoa negra, tem cabelos
crespos e é muito inteligente. Na hora do recreio os colegas a chamam de girafa e de cabelo duro.
Ao longo do ano, nós observamos que as suas notas foram ficando cada vez piores. Algumas de suas
amigas disseram para a professora que Jéssica sempre chorava em um canto sozinha, agachada, até
passar a hora do recreio. Parou de estudar. Ultimamente tivemos notícia de que ela está fazendo tratamento psicológico e tomando remédios antidepressivos. O que podemos fazer para ajudar Jéssica?
Caso 2. Carlos é um cara muito tímido que detesta esportes e matemática. Ele tem um monte de
amigas e quase nenhum amigo. Tem uns caras lá da escola que ficam gozando da cara dele e insinuando
que ele é gay. Quando isso acontece, ou ele fica quieto ou parte para a agressão. Ultimamente, ele tem
faltado muito às aulas e suas notas pioraram. Rola um boato que ele vai deixar de estudar porque não
está mais suportando viver daquele jeito. O que nós podemos fazer para que ele continue na escola e
que parem com essa discriminação?
Caso 3. O pai de Leandra faleceu de câncer há 6 meses. Sua família até fome já passou e se mudou
para a cidade grande para tentar a sorte de trabalhar e estudar. Mas, Leandra não consegue acompanhar o ritmo da turma na escola. Ora está muito dispersa, ora muito agitada, ora triste. Algumas vezes
ela chora. De que forma podemos ajudar a Leandra?
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