2º Ano - Ensino Médio - Noturno - Geografia - Produção e organização do espaço geográfico e mudanças nas relações de trabalho, inovações técnicas e tecnológicas e as novas geografias, a dinâmica econômica mundial e as redes de comunicação e informações.
TEMA: MIGRAÇÃO INTERNACIONAL
MIGRAÇÃO INTERNACIONAL
Migrar corresponde à mobilidade espacial da população, ou seja, é o ato de trocar de país, estado,
região, ou até mesmo de domicílio. A migração internacional consiste na mudança de moradia com destino a outro país. Tal ocorrência vem sendo promovida ao longo de muitos anos, a exemplo disso cita-se a
migração forçada de africanos no intento de realizarem trabalhos escravos em outros continentes. A partir daí, esses fluxos migratórios internacionais têm se intensificado cada vez mais nas últimas décadas.
O processo de migração internacional pode ser desencadeado por diversos fatores: em consequência de desastres ambientais, guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais, causas relacionadas
a estudos em busca de trabalho e melhores condições de vida, entre outros. O principal motivo para
esses fluxos migratórios internacionais é o econômico, no qual as pessoas deixam seu país de origem
visando à obtenção de emprego e melhores perspectivas de vida em outras nações.
Nessa linha um dos principais problemas, em termos populacionais e a nível global, é a questão dos
refugiados, pessoa que, em razão de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião,
nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país
de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo, devido a
grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar o seu país de nacionalidade para
buscar refúgio em outros países.
Conforme relatório de desenvolvimento humano de 2009, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), aproximadamente 195 milhões de pessoas moram fora de seus
países de origem, o equivalente a 3% da população mundial, sendo que cerca de 60% desses imigrantes residem em países ricos e industrializados. No entanto, em decorrência da estagnação econômica
oriunda de alguns países desenvolvidos, estima-se que em 2010, 60% das migrações ocorram entre
países em desenvolvimento.
Os principais destinos da migração internacional são os países industrializados, entre eles estão:
Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e as nações da União Europeia. Os Estados Unidos possuem
o maior número de imigrantes internacionais – dos 195 milhões, 39 milhões residem naquele país.
A migração internacional promove uma série de problemas socioeconômicos. Em face das medidas
tomadas pela maioria dos países desenvolvidos no intento de restringir a entrada de imigrantes, o
tráfego destes tem se intensificado bastante. No entanto, esses mesmos países adotam ações seletivas, permitindo a “fuga de cérebros”, que faz referência aos profissionais especializados em áreas do
mercado de trabalho dotados de um alto conhecimento em seu campo profissional, e que migram de
países pobres ou com poucas oportunidades laborais para centros mais desenvolvidos que carecem
de suas habilidades..
Outra consequência é o fortalecimento da discriminação atribuída aos imigrantes internacionais,
processo denominado “xenofobia”.
Fluxos migratórios mundiais
Com frequência, a imprensa noticia a entrada ilegal de pessoas em países ricos, bem como a reação
dos governos desses países no sentido de conter a imigração
Segundo relatório das migrações do mundo, realizado em 2011, os meios de comunicação noticiaram
com frequência o aumento da entrada ilegal de africanos na Europa, em decorrência da crise que abalou a África setentrional.
No entanto, apenas uma pequena parte dos deslocados buscou refúgio na Europa; a maior parte
deles migrou para países vizinhos, reforçando, assim, os fluxos intrarregionais.
O fluxo anual de migrantes no mundo ganhou força a partir dos anos 1980. As catástrofes naturais, a
busca de oportunidade de emprego, as perseguições por motivos etnorreligiosos ou as guerras motivaram a emigração (saída) de um grande número de pessoas de diversos países.
Entre 1950 e 1970, esses fluxos migratórios eram bem-vindos, principalmente na Europa, em virtude
dos esforços necessários para a reconstrução do continente após a Segunda Guerra Mundial. Os europeus necessitavam de mão de obra menos qualificada para atividades como a construção civil.
De acordo com relatório da ONU, apesar das persistências dos efeitos da crise econômica mundial
que se instalou a partir de 2008, houve apenas uma ligeira retração no número de migrações para as
regiões mais ricas do planeta. Os Estados Unidos, por exemplo, receberam cerca de 1.150 mil imigrantes (em 2009) e esse número recuou somente para 1.142 mil (em 2010).
Na análise dos dados dos últimos cinco anos, as migrações ainda ocorrem de forma significativa no
mundo. Em 2005, o total de imigrantes no mundo foi de 191 milhões, e em 2010, esse número saltou para
240 milhões. Porém, o número de migrantes internos foi muito mais acentuado, chegando a 740 milhões
em 2010. Essa situação demonstra que 1 em cada 7 habitantes da população mundial é emigrante.
Migrações, globalização e xenofobia
A imigração é responsável por um grande fluxo de recursos financeiros de países ricos para países
pobres. As remessas de dinheiro de trabalhadores imigrantes para suas famílias, que continuam residindo em seus países de origem, são muito relevantes para as economias de países menos desenvolvidos. Só em 2010, as remessas enviadas para os países da América Latina foram de mais de 58 milhões
de dólares.
O fato é que a questão do livre trânsito de pessoas sempre foi um aspecto frágil da globalização. O
desenvolvimento tecnológico dos últimos anos proporcionou enormes avanços nos meios de transporte, o que ajudou a intensificar os movimentos migratórios em diversas partes do mundo. O desenvolvimento das telecomunicações, por sua vez, facilitou as transferências bancárias, permitindo a um
imigrante africano que mora na Europa enviar parte de seu salário mensalmente para ajudar os familiares que vivem em sua terra natal.
Mas, enquanto o fluxo de capitais e mercadorias sempre foi estimulado pelos defensores do mundo
globalizado a imigração foi e continua sendo um tema polêmico, principalmente nos países economicamente desenvolvidos. No pós-guerra, quando havia necessidade de mão de obra nos principais países
europeus, como Reino Unido, Alemanha e França, a entrada de imigrantes de países pobres até era
facilitada, e eles chegaram em peso ao continente.
Contudo, a integração desse contingente à nova situação nem sempre foi tranquila. Muito argelinos
que vivem na França, turcos moradores da Alemanha ou jamaicanos residentes da Inglaterra sentem-
-se marginalizados, vivendo nas periferias das grandes cidades e com acesso restrito ao mercado de
trabalho. Esse é um dos fatores que explicam as revoltas de adolescentes em subúrbios franceses,
frequentes nos últimos anos.
Em uma situação de crise, os anônimos nacionalistas tendem a se aflorar. Muitos britânicos, por
exemplo, não aceitam que uma pessoa que veio de outro país possa compartilhar os mesmos direitos
de quem nasceu ali. E esse nacionalismo pode desencadear a xenofobia.
O termo, derivado do grego, significa literalmente “medo do estrangeiro” e é usado para definir o
receio e a hostilidade que muitas pessoas sentem em relação a cidadãos de outras nacionalidades que
vivem em uma mesma cidade ou país. Além da questão econômica, principalmente relacionada ao mercado de trabalho, o estranhamento em relação a hábitos culturais ou costumes religiosos diferentes
pode acirrar esses sentimentos xenófobos. Muitas vezes terminando em ódio e violência.
No entanto, a imigração e a exposição a diferentes hábitos e culturas fazem parte da história da
humanidade. Muitas nações construíram suas identidades a partir do contato com outras culturas e
cresceram economicamente com o esforço do trabalhador imigrante. Mesmo na Europa atual, com as
taxas de natalidade em declínio, projeções apontam que faltará mão de obra no futuro para sustentar o
crescimento econômico
PARA SABER MAIS – IMIGRAÇÃO: MUROS E FRONTEIRAS NO SÉCULO XXI.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1- Um dos principais traços da dinâmica demográfica mundial é a migração internacional,
que recria conflitos espaciais de diferentes ordens. Como esse tipo de migração pode ser explicada?
ATIVIDADE 2- “O número de imigrantes que vivem nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou em um terço na última década, apesar da recente queda
dos fluxos migratórios provocada pela crise econômica iniciada em 2008, afirma um relatório publicado
pela entidade nesta segunda-feira.
Segundo a OCDE, que reúne 34 países, a maioria deles ricos, cerca de 110 milhões de imigrantes viviam
nos países-membros da organização em 2009/2010, o equivalente a 9% da população total”.
BBC Brasil, 03 dez. 2012.
Em busca de melhores condições de vida, muitos imigrantes saem de países pobres em direção aos
territórios de economias desenvolvidas. Por que essa procura se intensifica nos países desenvolvidos?
ATIVIDADE 3- Um dos principais tipos de migrações internacionais existentes é a chamada “fuga de
cérebros”, no que consiste essa migração?
ATIVIDADE 4- Quem são os refugiados? Quais os problemas enfrentados por esse grupo de imigrantes?
ATIVIDADE 5- Explique o que é xenofobia e suas consequências.
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