1º Ano - Ensino Médio - Noturno - Geografia - As geografias do cotidiano.

TEMA: TIPOS E MODELOS DE REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS.

TIPOS DE PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS 
Existem inúmeras representações aproximadas da superfície esférica da Terra em um plano, podendo ser classificadas por sua superfície de projeção (que são as mais comuns: azimutal, cilíndrica e cônica, como vimos na semana 2), por seu tipo de contato com a superfície, por sua propriedade, pelo seu método de elaboração do traçado ou pelo seu ponto de vista. 
As mais conhecidas são: 

De acordo com a superfície de contato: 
Tangente: superfície de projeção encontra-se tangente à superfície de referência. 
Secante: superfície de projeção divide em partes (secciona) a superfície de referência. 

De acordo com a propriedade: 
Equidistante: projeção cartográfica que não apresenta deformação linear, e sim a conservação da escala real em uma determinada direção. Há nela deformação da área e dos ângulos, conservando as distâncias.
Conforme: projeção cartográfica em que há conservação dos ângulos e deformação das áreas, especialmente de pequenas regiões. Há nela o cruzamento entre as coordenadas geográficas em ângulo reto. 
Equivalente: projeção cartográfica que não apresenta deformação das áreas, ou seja, a proporção com a área real é conservada. Contudo, há distorção dos ângulos, provocando deformidades ao redor de um ponto, devido à variação da escala. 
Afilática: projeção cartográfica que não conserva ângulo, área ou comprimento, portanto, não há conservação das propriedades. Contudo, há o mínimo de deformação possível em conjunto. 

De acordo com a posição da superfície de projeção: 
Policônica: projeção cuja superfície de representação é um cone apresentando deformações ao centro que aumentam à medida que a área se afasta da região central. Utilizada especialmente em representações de áreas extensas de norte a sul. 
Transversa: projeção em que as coordenadas geográficas não se apresentam em linha reta (exceto a Linha do Equador), utilizada principalmente para representar áreas extensas de norte a sul. 
Normal: projeção em que os paralelos se apresentam como círculos e os meridianos como linhas retas, apresentando baixo nível de deformação. Utilizada especialmente em representações de áreas extensas de oeste a leste. 

De acordo com o método de elaboração do traçado: 
Geométrica: projeção representada segundo princípios geométricos, sendo dividida em: gnomônica (ponto de vista no centro da Terra), estereográfica (ponto de vista no plano contrário à tangência do plano da projeção) ou ortográfica (ponto de vista no infinito). 
Analítica: projeções representadas segundo formulações matemáticas (cálculos, tabelas, ábacos). 
Convencional: projeções representadas por meio de cálculos e tabelas. 

Exemplos de projeções cartográficas 
Há diversos tipos de projeções segundo os critérios já citados, mas algumas delas são bastante conhecidas quando o assunto é representação do mapa-múndi. Vamos conhecer três delas: 

Projeção de Mercator 
A Projeção de Mercator é uma projeção cartográfica cilíndrica elaborada pelo geógrafo, cartógrafo e matemático Gerhard Mercator (1512-1594). É, atualmente, uma das projeções mais utilizadas em todo o mundo. Essa projeção é do tipo conforme, isto é, conserva o formato dos continentes, mas altera a dimensão de suas áreas. Ela divide o planeta em 24 meridianos e 12 paralelos (os mesmos elaborados para estabelecer os fusos horários), igualmente espaçados e distribuídos sobre a camada terrestre. O principal mérito da projeção de Mercator foi a sua capacidade de representar uma loxodromia, ou seja, é a linha que, à superfície da Terra, faz um ângulo constante com todos os meridianos, cartograficamente como uma reta. Por esse motivo, sua obra é amplamente utilizada para a navegação até os dias atuais. Assim como toda e qualquer projeção que objetive representar em um plano a esfera terrestre, a carta de Mercator apresenta algumas distorções. Como já dissemos, essas distorções ocorrem no tamanho das áreas dos continentes, de forma que elas se tornam mais evidentes à medida que nos aproximamos dos polos. Observe a projeção abaixo:


Projeção de Mercator atualmente utilizada e disponibilizada no site do Google. 

Projeção de Peters 
A Projeção de Peters é uma projeção cartográfica cilíndrica, ou seja, que mantém a proporção das áreas representadas, mas altera as suas formas. Ela é, muitas vezes, denominada de Projeção Gall-Peters, uma vez que teria sido concebida pela primeira vez por James Gall, em 1885, e retomada na segunda metade do século XX pelo historiador alemão Arno Peters. Essa projeção mantém a equivalência das áreas de países e continentes; assim, os países aparecem do tamanho que realmente são. Por essa razão é chamada de projeção equivalente. Embora o mapa-múndi de Peters continue expressando uma visão eurocêntrica do mundo, é visível o destaque dado aos países de baixa latitude, os quais, na projeção de Mercator, tinham suas áreas subestimadas. A projeção de Peters invertida mostra o mundo na visão terceiro-mundista do planeta, considerando-se o momento histórico em que ela surgiu. Servia, assim, às pretensões dos países subdesenvolvidos, principalmente africanos e asiáticos, que conseguiram sua independência política durante o processo de descolonização do pós-Guerra.

 Projeção de Peters atualmente utilizada e disponibilizada no site do Google.

Projeção de Robinson 
A Projeção Cartográfica de Robinson é uma projeção cilíndrica afilática elaborada pelo cartógrafo e geógrafo norte-americano Arthur Robinson (1915-2004) na década de 1960. É classificada como cilíndrica, pois a sua elaboração ocorre como se envolvesse o globo terrestre em torno de um cilindro. Nela, os meridianos são representados em linhas curvas ou elipse, enquanto os paralelos permanecem em linhas retas. A grande vantagem da Projeção de Robinson é de ela se encontrar, em um meio termo, entre esses dois tipos. Ela não preserva nem a forma e nem a correta área dos continentes. No entanto, ela consegue minimizar as distorções que ocorrem nesses dois aspectos. Por esse motivo, ela é ideal para mapas que procuram representar a área da Terra como um todo e, assim, é a projeção mais utilizada em mapas e atlas, sendo muito conhecida também como o mapa-múndi da Terra.


Projeção de Robinson, atualmente utilizada e disponibilizada no site do Google.

 PARA SABER MAIS 




ATIVIDADES

01 - Sobre as projeções cartográficas, é correto afirmar que: 
A) são meios de se representar o espaço terrestre, havendo uma possibilidade ainda não encontrada de não realizar distorções da forma ou das áreas da superfície. 
B) são formas de representar a Terra em uma superfície de iguais características externas (forma, tamanho e área). 
C) são formas de representar a Terra, que é esférica, em um plano. Por conta disso, sempre haverá distorções.
 D) dividem-se apenas em projeções planas e projeções polares. 

02 – O problema básico das projeções cartográficas é a representação de uma superfície curva em um plano. Pode-se dizer que todas as representações de superfícies curvas em um plano envolvem “extensões” ou “contrações”, que resultam em distorções ou “rasgos”. Diferentes técnicas de representação são aplicadas no sentido de alcançar resultados que possuam certas propriedades favoráveis para um propósito específico. 
Para o propósito específico de reduzir as distorções, tanto de forma quanto de área dos continentes, os resultados mais adequados são alcançados por qual projeção cartográfica? 

03 - Leia o texto e assinale a alternativa correta: 


MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o Ensino Médio. 5ª ed. São Paulo: Atual, 2008. p.16. 

Sobre a Projeção de Mercator, podemos afirmar que: 
A) trata-se de uma projeção cilíndrica, caracterizada por ser do tipo equivalente, que mantém a proporção das áreas dos continentes e, em contrapartida, sacrifica suas formas. 
B) trata-se de uma projeção cilíndrica, caracterizada por ser do tipo semelhante, que mantém a forma das áreas dos continentes e altera a proporção das áreas representadas.
C) trata-se de uma projeção cilíndrica, caracterizada por ser do tipo anafilática, que não mantém nem a forma e nem a área dos continentes e oceanos, mas que minimiza as alterações. 
D) trata-se de uma projeção cônica, caracterizada por ser do tipo equivalente, que mantém a proporção das áreas dos continentes e, em contrapartida, sacrifica suas formas. 

04 – A coluna da esquerda, abaixo, apresenta o nome de duas das principais projeções cartográficas; a da direita, características relacionadas a uma ou a outra dessas projeções. Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda.


05 – Analise os mapas abaixo e assinale a alternativa que indica a resolução cartográfica mais adequada para representar, com precisão, as distâncias da cidade de são Paulo em relação às várias localidades do mundo.

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