1º Ano - Ensino Médio - Noturno - Sociologia - A Sociologia e a relação entre o indivíduo e a sociedade.
O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE
Helder Augusto Ferreira Rocha
Você já parou para pensar, que para se viver em sociedade é necessário que tenhamos alguns tipos de
comportamentos que são considerados como corretos, ou no mínimo aceitáveis, ou talvez inaceitáveis? E que caso não sigamos esses comportamentos a sociedade nos impõe algum tipo de punição?
Você já pensou em algum momento viver numa sociedade sem regras? Você acredita ser possível que
vivamos dessa maneira? Você considera as normas/regras sociais importantes? Que tipos de normas/
regras sociais você segue? Você já infringiu alguma regra ou teve algum comportamento que foi mal
visto? Somos nós que criamos as regras, ou elas já vêm prontas? As normas/regras sociais não mudam
nunca? Quanto aos padrões sociais, quem os estabelece? Que padrões sociais você consegue visualizar
na sociedade?
Pois bem, nesta primeira semana iniciaremos um diálogo sobre essa temática, a partir de um olhar sociológico, que está mais presente no seu cotidiano do que se pode imaginar. A relação entre indivíduo e
a sociedade é um tema fundamental nas Ciências Sociais.
A vida em sociedade exige que os indivíduos se orientem conforme os comportamentos e valores socialmente instituídos em cada cultura e momento histórico. Fazer parte de determinado grupo, morar
em uma cidade grande ou área rural são alguns dos fatores que influenciam a formação dos diferentes
valores e comportamentos individuais. Graças a sua força e alcance, essa influência pode ser interpretada como limitadora da individualidade humana. Você consegue entender a força com que os padrões
sociais se impõem aos indivíduos quando decide ir contra tais padrões. Um bom exemplo disso seria
quando um menino recusa o sonho de ser um jogador de futebol, e sonha em ser bailarino. Ou mesmo
quando uma menina se orgulha de seu corpo fora dos padrões estabelecidos, como um corpo magro ou
depilado.
Quando se quebra uma regra ou se transgride a lei, a sociedade prontamente aciona meios de coerção
social, ou seja, a influência que a sociedade tem em determinar certos comportamentos, que podem ir
de uma simples repreensão até a privação da liberdade.
Um bom exemplo de coerção social que se apresenta é que, se uma instituição de ensino obriga seus
alunos a usar uniforme, quem não seguir a regra poderá ser impedido de entrar na escola. Ou mesmo se
essa instituição estabelece horários de chegada e tolerância máxima, quem não seguir, também poderá ser impedido de entrar na escola, ou mesmo assinar uma ocorrência, ou ter que aguardar o próximo
horário para entrar na sala, ou ambas as coerções juntas.
É comum ouvir das pessoas: “a sociedade me impõe isto ou aquilo” ou “a sociedade me reprime”. Há
algo presente na sociedade, denominada estrutura social, que são regras que nos regem independentemente da consciência que temos delas; são os princípios segundo os quais não pensamos ao agir e
falar, mas sem os quais não estabelecemos relações sociais, não nos comunicamos, é basicamente a
organização da sociedade. A estrutura social é algo que direciona as ações do indivíduo, estabelece aos
indivíduos que ajam conforme certos comportamentos e valores, mas ao mesmo tempo seu funcionamento ou transformação é fruto da ação individual.
Se pararmos um instante para pensar, quando chegamos ao mundo já há uma estrutura social vigente,
composta de normas, regras, valores, padrões sociais, mas nós é que a executamos, e que também
temos o poder de mudá-la. Nenhum de nós está simplesmente determinado em nosso comportamento
por um determinado contexto, possuímos e criamos nossa própria individualidade. Então podemos ser
sujeitos, agentes de mudanças e transformações da sociedade, pois a estrutura social de que estamos
dialogando, não impacta a todos da mesma forma, há estruturas sociais que favorecem uns, em detrimento de outros.
Por falar nisso, há também o chamado “padrão social”, que é construído tendo por base as escolhas
feitas por indivíduos que levam em conta as opiniões e crenças dos outros. Os padrões sociais variam
conforme as opiniões e crenças compartilhadas pelos indivíduos ao longo da história, assim como as
diferentes maneiras de se vestir adotadas pelas diversas gerações. Um exemplo de padrão social seria
a conformidade às diferentes maneiras de vestir, por exemplo, o que já comentamos anteriormente,
o uso do uniforme na escola, terno em um casamento, bermuda em um domingo na praça. Então, se
os padrões são construídos por nós, é possível que sejam mudados. Mais uma vez é importante frisar
que, um padrão social impacta a vida das pessoas de maneiras diferentes. Então, seria melhor que não
existissem padrões sociais, não é mesmo? Ou que os padrões sociais atinjam a todos da mesma maneira. Logo poderíamos citar como padrão, “todos terem alimentos”, “todos terem moradia”, “todos terem
saneamento básico”.
Mediante ao que já falamos sobre o indivíduo e a sociedade, vem a ser necessário refletirmos algumas
questões: Como é possível que os indivíduos, com suas diferenças, convivam em sociedade de maneira organizada? Serão os indivíduos capazes de revoltar-se contra as regras sociais e transformá-las? Ou,
ao contrário, as regras sociais exercem uma força que restringe a capacidade de ação deles?
Ao discutir a relação entre o indivíduo e a sociedade, a partir do século XIX, a Sociologia produziu três
matrizes de resposta a essa questão, as quais podem ser simplificadas e compreendidas mediante o
seguinte esquema:
1) A sociedade determina os indivíduos, como evidenciam os fatos sociais;
2) A sociedade é compreendida como resultado da ação social dos indivíduos;
3) A sociedade e os indivíduos são expressão das contradições de classe e determinam-se reciprocamente de acordo com os limites estabelecidos pelas condições materiais de existência em dado
período histórico.
Cabe aqui ressaltar que o esquema acima será trabalhado nas próximas semanas. Cada uma dessas
respostas se vincula a uma tradição específica do pensamento social, que forma a sociologia clássica e
serão apresentadas na visão de pessoas que estudaram esses temas, como Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, de maneira que se compreenda sociologicamente os diferentes temas das realidades
sociais. Especificamente na próxima semana iremos dialogar sobre o conceito de fato social, apresentado pelo sociólogo Émile Durkheim. Falaremos também sobre a coesão social e solidariedade social.
Agora vamos dedicar um tempo para realizar as atividades.
ATIVIDADES
01 – De que forma a estrutura social afeta sua vida?
02 – Atualmente, por quais normas sociais, padrões sociais e valores você se orienta? O que aconteceria
caso você não os seguisse?
03 – De que maneira você aprendeu as normas sociais, padrões sociais e valores na qual você se orienta
hoje?
04 – Você acredita ser possível viver numa sociedade sem normas e regras? Justifique.
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