2º Ano - Ensino Médio - Noturno - Filosofia - Verdade e Validade.

PEDRO ABELARDO 
(1079 – 1142) 
“Para Deus, não importa o que fazemos, mas com qual intenção o fazemos.” 

A frase “a dúvida nos leva à pesquisa e através dessa conhecemos a verdade” é um dos princípios de Abelardo que direciona tanto seus pensamentos filosóficos como teológicos. O filósofo parte dessa ideia inicial para formar e fundamentar o seu raciocínio crítico. A dúvida é onde começa o caminho para a pesquisa, é uma frequente interrogação que nos leva a um exame mais aprofundado das questões que nos interessam. Através da dúvida o filósofo Abelardo emprega um caráter científico às suas investigações. 
A dialética é para Abelardo muito mais do que um discurso feito de forma habilidosa, ela é o instrumento que ajuda a distinguir com clareza o verdadeiro do falso. Seguindo regras lógicas ela vai conseguir determinar se o discurso científico é verdadeiro ou é falso. Abelardo pretende utilizar o vigor da dialética nos estudos e nas argumentações teológicas para descobrir quais são os argumentos legítimos e quais são os argumentos não autênticos e através dela fazer prevalecer as verdadeiras doutrinas cristãs. Não é a razão que vai assimilar a fé, mas a fé que vai apropriar-se da razão, pois o discurso filosófico não vai tornar sem efeito o conjunto de sentenças da teologia, mas vai auxiliar no seu entendimento e torná-lo mais fácil de compreender. 
A filosofia vai ser a mediadora entre as verdades reveladas e o pensamento humano. Segundo a filosofia de Abelardo, não é possível crer nas coisas que não se compreende. 
O método lógico de análise utilizado por Abelardo consistia em estudar a questão filosófica fazendo um exame das partes que a constituem, percebendo assim os diversos pontos de vista incoerentes e contrários. É necessário a realização de uma investigação completa que vai determinar as diferenças entre as argumentações de um tema. A razão vai prevalecer sobre a opinião de quem tem grande entendimento sobre determinado assunto. 
Abelardo não vai contra a utilidade do pensamento de uma autoridade enquanto não houver meios ou conhecimentos suficientes para se colocar em prática a razão. A partir do momento que a razão encontrar condições de por si mesmo encontrar a verdade, a autoridade passa a ser inútil. Abelardo busca fazer uma conciliação, um entendimento, um acordo ou ao menos um diálogo entre os primeiros filósofos, em especial Platão, e as teorias teológicas do cristianismo. Pedro Abelardo acreditava que os primeiros filósofos, mesmo estando fora do cristianismo, buscavam também a verdade através da investigação lógica. Os primeiros filósofos e os filósofos cristãos estão unidos pela razão. 
A essência de Deus é impossível de ser definida, pois ela não pode ser expressa. E não pode ser expressa porque para isso Deus teria que ser uma substância, e Deus está fora de todas as coisas que conhecemos e que possamos vir a conhecer. Para tentar explicar a trindade da pessoa divina Abelardo usa como metáfora a gramática que diferencia quem fala, para quem se fala e o que se fala. Na unidade divina as três pessoas podem ser uma só, pois é possível falar de si a si mesmo. A primeira pessoa é também o fundamento das outras duas, pois se não existir quem fala não existirá também o que se fala e a quem se fala. 
Sobre as questões éticas Abelardo afirma que o pecado não é em si a ação física, mas o elemento psicológico dessa ação, ou seja, o pecado é a intenção de pecar e não a ação. 
Sentenças: 
• A chave para encontrarmos a sabedoria é a interrogação permanente e regular. 
• Escrever é um mal perigoso e contagioso. 
• Não podemos acreditar em nada se antes não o entendermos. 
• É ridículo pregar ao outro aquilo que nem nós nem os outros entendemos.
• Deus faz aquilo que quer, mas como só quer aquilo que é bom, Deus só faz o bem. 
Fonte:Disponível em: . Acesso em: 30 setembro de 2020

ATIVIDADES 

01 – Leia o fragmento da obra Lógica para principiantes, de Pedro Abelardo. 
“Uma palavra universal, entretanto, é aquela que é apta pela sua descoberta para ser predicada singularmente de muitos seres, tal como este nome homem, que se pode ligar com os nomes particulares dos homens segundo a natureza das coisas sujeitas (substâncias) às quais foi imposto.” 
ABELARDO, P. Lógica para principiantes. Tradução de Ruy Afonso da Costa Nunes. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 230. Coleção “Os pensadores” – grifos do autor. 

Para Abelardo, a palavra universal: 
A) Sempre tem existência real e ela própria é a mais autêntica realidade, pois emana do mundo inteligível e contrasta com o mundo sensível. 
B) É tão só uma emissão da voz humana, que designa unicamente a coleção dos seres criados por Deus e que estão dispostos na natureza. 
C) É uma mera ideia abstrata, sem vínculo algum com a realidade corpórea das coisas existentes na natureza. 
D) Por si mesma, não existe, mas se refere a seres reais e designa uma pluralidade de indivíduos semelhantes, o que é constatado no nome homem. 
Fonte:Disponível em:. Acesso em: 30 setembro de 2020.

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