3º Ano - Ensino Médio - Noturno - Filosofia - Ser e Dever ser.

Texto 1 

SÖREN KIERKEGAAR  
1813 —  1855 

Foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, amplamente considerado o primeiro filósofo existencialista. 
Falar da filosofia de Kierkegaard é falar dele mesmo. À luz de seus escritos podemos dizer que a fonte da obra de Kierkegaard é sua própria existência. Por isso, para compreendê-la é preciso conhecer alguns dados biográficos, como a contestação à Igreja Oficial da Dinamarca, da qual seu irmão era bispo. 
• Subjetivismo: Seu pensamento é marcado pela ênfase na experiência pessoal. Ele não se interessava pela busca de uma verdade objetiva. Diz ele: “Trata-se de encontrar uma verdade que seja verdade para mim, de encontrar uma ideia pela qual eu possa viver e morrer. E que utilidade teria para mim encontrar uma verdade chamada verdade objetiva, percorrer os sistemas dos filósofos, e poder, quando exigido, fazer um resumo destes?” (Kierkegaard, Textos selecionados, p.39) . 
• Problemática central. Para ele, a problemática central era a impossibilidade de justificar as ações do ponto de vista ético. Para isso, a fé era fundamental. O exemplo ao qual ele recorre é o do sacrifício de Isaac: no relato bíblico, Abraão recebe de Deus o pedido de sacrificar seu único filho, ao qual ele obedece prontamente. 
• Silêncio de Deus. Da mesma forma que Deus não deu garantias a Abraão, ele não dá nenhuma garantia aos demais humanos. A fé seria um “salto no escuro” para obedecer àquilo que não entendemos racionalmente. 
• Estilo pessoal. Seu estilo é pessoal, partindo da própria biografia como via para suas reflexões filosóficas. Polêmico e irônico quando se trata da tradição filosófica e religiosa, ele adquire tonalidades poéticas ao falar sobre sentimentos como o amor, o medo e angústia. 
• A influência do pai. O pai nasceu na Jutlândia e a expressão religiosa jutlandesa era marcada por um pietismo triste e ancorada na culpa e no medo da punição. Além disso, o pai tinha uma forte melancolia causada por não se perdoar por ter blasfemado contra Deus, ainda na infância, e a de ter violado a mãe de Kiekergaard, Anne Lund, quando ainda era casado com a primeira esposa. 
• O amor por Régine Olsen. O rompimento do noivado com Régine Olsen repercute em sua obra. Os motivos que levaram ao rompimento nunca foram esclarecidos, só conhecemos seus efeitos na vida de ambos: Régine opta por se casar com Fritz Schlegel, em 1849, e Kierkegaard dedica a ela várias de suas obras, referindo-se a ela como “min Laeser”, termo dinamarquês que pode ser aplicado a ambos os gêneros: meu leitor/minha leitura. Régine seria, assim, a leitora a quem o filósofo direcionaria suas reflexões. 
• Diferente da filosofia de Fichte e Schelling, Kierkegaard não apresenta uma obra doutrinária e não dá à estética dimensão central. A estética seria apenas uma etapa da existência. 
• Escreveu diários assinando sob vários pseudônimos, como Johannes Climachus. 
• Suas principais obras: Migalhas Filosóficas (1884), Ou isso/ou aquilo (1843), Temor e Tremor (1843) e O conceito de angústia (1844). 
Fonte:Disponível em: < https://www.preparaenem.com/filosofia/existencialismo.htm>. Acesso em: 30 setembro de 2020. 

Texto 2 

O AGIR HUMANO: A LIBERDADE NA VISÃO DE HAYEK. 

Certamente Friedrich Hayek é um dos pensadores contemporâneos que mais divulgou trabalhos sobre o tema da liberdade. Prêmio Nobel de Economia, influenciador intelectual do presidente norte-americano Ronald Reagan e da primeira-ministra inglesa Margareth Thatcher, Hayek ampliou suas reflexões para as liberdades individuais frente aos modelos coletivistas. 
Crítico ferrenho do socialismo, ele enfatizou que a real liberdade nasce do individualismo. Mas, individualismo não é o mesmo que egoísmo? O próprio Hayek responde: “O individualismo tem hoje uma conotação negativa e passou a ser associado ao egoísmo. Mas o individualismo a que nos referimos, em oposição ao socialismo e a todas as outras formas de coletivismo (...) tem como característica essencial o respeito pelo indivíduo como ser humano, isto é, o reconhecimento da supremacia de suas preferências e opiniões na esfera individual”. 
O que Hayek afirma é que o indivíduo só será livre em uma sociedade a partir do exercício do seu individualismo, ou seja, da supremacia dos seus pensamentos, preferências e opiniões individuais, fazendo com que o sujeito exerça o poder sobre o seu próprio destino – o que exige do indivíduo postura madura, uma vez que o livre exercício de si mesmo exige acatar as consequências produzidas. 
Ao estudar de maneira profunda as nações, Hayek percebe claramente que, quanto mais um país está sob o jugo de um sistema centralizador, mais a pessoa perde suas liberdades, deixando de exercer um papel de “sujeito” para se tornar mero número: o indivíduo se desintegra no coletivo. Assim, o que os regimes coletivistas têm em comum é a condução de todas as esferas sociais (educação, economia, justiça, etc.) por um órgão central, cujo poder de coerção só ele domina e o utiliza de acordo com as premissas que ele mesmo criou. 
Em contrapartida, o individualismo de Hayek propõe que o indivíduo deve gozar de uma ampla liberdade, respeitando, claro, as regras jurídicas que aquela sociedade entende como corretas. Somente livre para exercer suas reflexões, visões e ações – ou seja, praticando o individualismo – o homem faz engenho de si mesmo. 
HAYEK, Friedrich August von. O Caminho da Servidão. 6. ed. São Paulo : Instituto von Mises Brasil, 2010. 

ATIVIDADES 

01 – Leia as afirmações abaixo: a respeito da obra do filósofo Søren Aabye Kierkegaard. 
I) O dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard é considerado o pai do racionalismo. Sua frase mais conhecida é “Penso, logo existo”. 
II) O pensamento de Søren Aabye Kierkegaard é marcado pelo objetivismo. Para ele, a filosofia deveria ser demonstrada por argumentos lógicos. 
III) A filosofia de Søren Aabye Kierkegaard é sistemática e pretende incluir em um sistema integrado todas as grandes questões da filosofia. 
IV) A problemática central de Søren Aabye Kierkegaard consiste na irracionalidade de nossa experiência do real; tinha uma preocupação filosófica com o “tornar-se cristão”. 
V) A filosofia de Søren Aabye Kierkegaard apresenta um vocabulário técnico que possui um sentido próprio no interior de sua obra. Para compreender o que um conceito significa é preciso entender toda a sua obra. 

Com base nas afirmações acima, estão corretas: 
a) Apenas I e IV; 
b) Apenas II e IV; 
c) Apenas IV; 
d) Apenas II, III e V; 
e) Apenas I, II, III e V 

02 – Qual a importância da biografia de Søren Aabye Kierkegaard para compreendermos sua obra? 
a) Nenhuma. A obra de Kierkegaard não tem nenhuma relação com sua existência concreta e, por isso, pode ser chamada de existencialista. 
b) Parcialmente relevante. Embora Kierkegaard tenha sido levado a reflexões filosóficas por fatos de sua vida, ele não os menciona. Ou seja, sua biografia foi o ponto de partida da sua obra filosófica, mas os desdobramentos não são a ela tributários. 
c) Muito relevante. Seu pensamento é marcado pela ênfase na experiência pessoal e sua biografia é o veículo para suas reflexões filosóficas. Por isso, falar da filosofia de Kierkegaard é falar dele mesmo. 

03 – Dentre as características listadas abaixo, escolha as que se referem ao estilo filosófico de Søren Aabye Kierkegaard. 
I) Uma marca poética acentuada. 
II) Uso da pseudonímia. 
III) Uso de vocabulário técnico. 
IV) Recurso à ironia como dispositivo de escrita. 

As características listadas que se referem ao estilo filosófico de Kierkegaard são: 
a) I,III,IV 
b) II,III, 
c) I,II,IV 
d) I,II,III 
e) I,II

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