3º Ano - Ensino Médio - Noturno - História - A Expansão de Fronteiras e o Mundo do Trabalho
TEMA: A relação entre mercantilismo e o tráfico negreiro
FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS ...
Mercantilismo - conjunto de ideias e práticas econômicas, desenvolvidas e adotadas na Europa entre
os séculos XV e XVIII, durante a fase do capitalismo comercial.
Tráfico Negreiro – migração forçada de negros africanos para a América, em sua maioria para o Brasil.
PARA SABER MAIS
ATIVIDADES
Atividade – Leia o texto abaixo e faça o que se pede.
A RELAÇÃO ENTRE MERCANTILISMO E O TRÁFICO NEGREIRO
A expansão marítima impulsionou a Transnacionalização da cultura e da economia no mundo moderno,
alterando o mundo do trabalho e deslocando populações no mundo.
Para compreender esse evento é necessário analisar o capital mercantil e a relação com o tráfico negreiro.
O mercantilismo visa o acúmulo de capital, onde o Estado controla a economia e as atividades comerciais.
O tráfico negreiro garante o acúmulo de capital primitivo, pois a burguesia mercantil lucra na compra e venda e na exploração do trabalho. O escravo era mercadoria, retirava riqueza mineral e também
produzia riqueza na agricultura. A metrópole garantia a política econômica do metalismo e a balança
comercial favorável.
Esses acontecimentos ultrapassaram fronteiras, vimos que o tráfico de escravos alterou o sistema
econômico do mundo e aproximou culturas diferentes, intensificou a miscigenação cultural de povos,
sendo o Brasil um grande exemplo dessa síntese cultural, devido a dominação dos europeus sobre os
povos indígenas e o tráfico de escravizados trazidos da África para a América.
01 – O que visava o mercantilismo?
02 – Qual a relação do mercantilismo com o tráfico negreiro?
03 – A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou
de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e (ou) negras e amarelas. Ela
resulta de um longo processo histórico que começa com o “descobrimento”, no século XV, do
continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse
que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e,
enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e
experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que:
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade Moderna.
e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
04 – (Fuvest 2012) “Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo
na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou
melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica
dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na 'preferência' pelo
africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta
se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais
na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria
um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas
era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos
aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse 'gênero de vida'; a
acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavamna os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa 'mercadoria'. Esse talvez
seja o segredo da melhor 'adaptação' do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir
do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário.”
(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado).
Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:
a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a
metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.
b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o
que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção,
na África, daqueles trabalhadores.
c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”.
d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente
para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.
e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio
para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.
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