3º Ano - Ensino Médio - Noturno - Sociologia - Modernização dos modelos de produção no século XX.

RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO: UMA NOVA FORMA DE ORGANIZAÇÃO 
Rafael Devilson dos Santos Junior 

Nesta semana vamos falar a respeito da racionalização do trabalho, conheceremos um pouco sobre o Taylorismo, Fordismo e Toyotismo. 
Com o crescimento da industrialização e a busca por mais produção e menores custos, o que aumentaria os lucros, várias teorias foram desenvolvidas no final do século XIX e início do Século XX. O Norte americano, Frederick Winslow Taylor, lançou em 1911 o livro Princípios da Administração Científica, que propunha a aplicação de princípios científicos na organização do trabalho, buscando maior racionalização do processo produtivo. Taylor propunha estratégias gerenciais fundamentadas em um rigoroso controle de tempo e movimentos, na especialização das atividades e na remuneração por desempenho. Esse modelo ficou conhecido como Taylorismo, que buscava a padronização de todas as atividades de produção, definidas pela administração e depois repassadas aos trabalhadores. 
Esse sistema tinha como objetivo o aumento da produtividade através de mecanismos que permitiam aos administradores controlar e intensificar o ritmo e, assim, aumentar o lucro dos donos dos meios de produção. Os ganhos de produtividade e a exploração da força de trabalho foram bastante significativos. A ênfase na separação entre a concepção (gerência) e a execução (trabalho) ampliou a alienação do trabalho. Partia-se do princípio de que os trabalhadores eram pagos para executar, não para pensar. 

Trabalhadores especialistas realizando um único tipo de atividade.


Um modelo prático de produção, que teve como base o Taylorismo e revolucionou a indústria, foi o que ficou conhecido como Fordismo. Henry Ford inovou ao produzir veículos padronizados e em grande quantidade, o que barateava os custos de produção e o preço do produto final, dessa forma aumentava o mercado e alcançava um maior número de consumidores. Para isso, Ford desenvolveu a linha de montagem em série, na qual os trabalhadores se fixavam em seus postos de trabalho e os objetos de trabalho se deslocavam em trilhos ou esteiras, cada trabalhador era especializado apenas em uma única tarefa. 
O ritmo era ditado pela velocidade da linha de produção. Ao repetir movimentos iguais, o operário atuava como uma peça da engrenagem de produção, alienado do conjunto do seu trabalho. À época em que foi implementado, o modelo de produção de Ford estabeleceu carga horária de oito horas, salário de cinco dólares ao dia, o que, na prática, significava renda e tempo de lazer suficiente para o trabalhador suprir suas necessidades básicas e até adquirir um dos automóveis produzidos pela empresa. 

Trabalhadores montando o Ford T na esteira de produção.


Nos anos de 1970 e 1980, o capitalismo entrou em uma grande crise, o que exigiu que a indústria tivesse que se orientar para atender a um mercado consumidor mais segmentado, que passou a exigir maior oferta, melhor qualidade e menor preço. Como o modelo Fordista foi feito para produzir um grande volume e de forma padronizada, começou a receber críticas pela falta de possibilidade de flexibilização. 
Nesse contexto, surgiu um novo sistema de organização do trabalho, chamado de Toyotismo, desenvolvido pelo engenheiro Taiichi Ohno, da Toyota Company. Esse modelo foi utilizado pela Toyota desde a década de 1950, mas só 20 anos depois se tornou paradigma do sistema industrial mundial. Suas principais características foram: flexibilidade na produção, organização da produção e entrega no momento e em quantidades exatas, importância da qualidade dos produtos, menor custo de produção com a redução de estoques e número reduzido de trabalhadores.
O Toyotismo promoveu a mudança do sistema de produção “estático” para os “flexíveis”. O Toyotismo pôde dar conta de pequenos pedidos com exclusividade pela demanda do comprador. Atualmente, é possível identificar esse modo de produção nas empresas que vendem produtos personalizados, que só são produzidos após as especificações do cliente serem definidas pelo consumidor. Outra inovação do Toyotismo foi o sistema Just in time, que se baseia na coordenação minuciosa de entrega de matéria- -prima para a produção, ou seja, um sistema de terceirização pelo qual não é preciso estocar produtos. Esse modo permite que a empresa venda o produto antes de adquirir as matérias-primas que serão utilizadas para fabricá-lo. 
Enquanto nos modelos taylorismo e fordismo o funcionário era especialista em uma única e simples tarefa, no modelo Toyotismo o funcionário passou a ser “polivalente” ou “multifuncional”, ou seja, deveria aprender e desempenhar várias tarefas. Apesar de favorecer os aspectos ligados ao trabalho em equipe, à qualificação, entre outros, esse modelo esbarra nos limites do trabalho alienado, ou seja, o trabalhador continua a ser explorado e, também, a não dominar o processo produtivo.


ATIVIDADES 

01 – As inovações na organização do processo de produção, desenvolvidas a partir do fim do século XIX e início do XX, ficaram conhecidas a partir da derivação dos nomes de seus principais expoentes, Frederick Winslow Taylor e Henry Ford. Além disso, o taylorismo e o fordismo caracterizam, respectivamente, dois princípios de organização do trabalho, denominados: 
a) Empirismo e produção artesanal. 
b) Administração científica e linhas de produção. 
c) Administração científica e células de produção. 
d) Administração empírica e linhas de produção. 
e) Administração emotiva e produção dispersa. 

02 – Ao adotar a linha de montagem, Henry Ford pretendia baratear a produção de automóveis, para que se tornasse uma mercadoria comum a ponto de um operário de sua empresa poder comprar um. O primeiro modelo produzido em uma linha de montagem ficou mundialmente famoso. Este modelo era o: 
a) Ford Fusion. 
b) Lincoln. 
c) Ford D. 
d) Ford Mercury. 
e) Ford T. 

03 – Com a implantação do toyotismo, houve uma sensível alteração nos sistemas produtivos industriais que: 
a) Abandonaram a produção massiva e adotaram a produção flexível. 
b) Trocaram a execução de serviços automatizados por trabalhos mecânicos. 
c) Intensificaram a dinamização para a ampliação dos sistemas de estocagem. 
d) Diminuíram os gastos com os meios de produção e investiram na formação dos trabalhadores. 
e) Nenhuma das alternativas. 

04 – _______________ são estratégias desenvolvidas para conduzir o comportamento da indústria, visando maximizar os lucros e melhorar o desempenho da atividade industrial na economia. O _____________ consolidou-se no Japão após a Segunda Guerra Mundial e, depois, difundiu-se em todo mundo, tendo como papel a substituição do _______________ e a realização do trabalho compulsório e repetitivo pela adequação da produção conforme a demanda e a flexibilização das funções do trabalhador. 

A alternativa que possui as expressões que completam a lacuna do texto é: 
a) Técnicas de venda, toyotismo, volvismo. 
b) Modos de Produção, fordismo, taylorismo. 
c) Sistemas econômicos, taylorismo, toyotismo. 
d) Modos de Produção, toyotismo, fordismo.
e) Sistemas econômicos, volvismo, fordismo.

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